O CERN, laboratório europeu de pesquisa nuclear, anunciou nesta terça-feira o lançamento de um projeto destinado a restabelecer o primeiro site da internet para comemorar os 20 anos da web.
Esta tecnologia, inventada pelo cientista britânico Tim Berners-Lee, foi concebida e desenvolvida inicialmente para que os físicos que trabalham nas universidades e institutos do mundo inteiro possam trocar as informações de que necessitam.
O site, o primeiro no CERN e no mundo, descrevia as principais características da web, a forma de acessar documentos de outras pessoas e de configurar o próprio servidor.
Denominado "World Wide Web", W3 ou simplesmente a Web (rede), este site foi alojado no computador NeXT de Berners-Lee. "A invenção da web em um laboratório de Física revolucionou todos os setores da sociedade", declarou o diretor-geral do CERN, citado em um comunicado.
"A web é um excelente exemplo da forma como a sociedade colhe os frutos do investimento fundamental", acrescentou. Embora esta tecnologia tenha sido inventada em 1989 por Berners-Lee em 30 de janeiro de 1993, o CERN publicou uma declaração no site https://cds.cern.ch/record/1164399, autorizando seu uso gratuito. "É uma das principais datas na histórica da web", disse à AFP o atual encarregado da internet no CERN, Dan Noyes.
Outros sistemas de pesquisa documental que usam a internet, como WAIS e Gopher, já existiam na época, mas a simplicidade da web e o fato de sua tecnologia ser acessível gratuitamente permitiram que este instrumento fosse adotado pela sociedade e desenvolvido rapidamente, segundo o CERN.
A máquina NeXT - servidor web inicial - ainda está no CERN, cuja sede está na fronteira franco-suíça, próximo de Genebra. Noyes afirmou que outros sistemas para compartilhar informações que quisessem cobrar regalias, como o Gopher da Universidade de Minnesota, "desapareceram da História".
Ao tornar o nascimento da web visível novamente, a equipe do CERN quer destacar a ideia da liberdade e a abertura com que foi concebida, explicou Noyes. "Nos primeiros dias, você simplesmente podia entrar, pegar o código e se apropriar dele, melhorando-o. Todos nós nos beneficiamos disto", afirmou.
O primeiro navegador "era muito moderno, com imagens e características que já não existem, como poder editar páginas na web e lê-las", disse. "Gostaria de poder de alguma forma permitir que as pessoas pudessem tentar isso", acrescentou.
No entanto, reconheceu que não está clara a forma como isto pode ser posto em prática e disse que a equipe do CERN está estudando uma forma de criar um tipo de imitação ou talvez filmar o processo para mostrar o que parecia.
A equipe do CERN restaurou os arquivos usando uma cópia de 1992 do primeiro site na internet, que pode ser visto em https://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.htm, mas tem a esperança de encontrar cópias anteriores.
"Sabemos que desapareceu um disco que tem uma cópia de 1990 do primeiro site na internet em alguma parte", informou Noyes, destacando que o projeto de restauração está aberto e pedindo ao público que participe. "Alguém poderia saber onde está (o disco) e realmente gostaria de ter alguma ajuda e colaboração nesta busca", destacou.
Para qualquer informação sobre o assunto, o público pode ir para o site https://first-website.web.cern.ch/blog/first-url-active-once-more