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Estado de Minas

Game Crysis 3 tenta inovar, mas falha

Sequência da série de ficção científica erra, por exemplo, na inteligência artificial dos inimigos. Os belos gráficos e os bons combates retornam como trunfos e compensam alguns erros


postado em 09/05/2013 12:53 / atualizado em 09/05/2013 13:42

(foto: Crytek/Divulgação)
(foto: Crytek/Divulgação)
Nem sempre misturar elementos de diferentes jogos consagrados dá certo. Sem o devido esmero, pode-se dar vida a um monstro de Frankenstein em vez de algo que realmente agrade a todos os públicos. Esse nunca foi o caso, contudo, da série Crysis, que soube mesclar o tiro em primeira pessoa com a furtividade consagrada pelos jogos de Metal gear. Em Crysis 3, a franquia tenta acrescentar novos ingredientes à receita, mas o resultado final é agridoce. Isso ocorre, principalmente, porque o jogo tem boas ideias, mas nem sempre as executa bem. A começar pela trama, que tenta consertar a pouca profundidade das histórias apresentadas nos games anteriores.

Volta o personagem Prophet e a nanosuit, exoesqueleto com tecnologia de ponta vestida pelo protagonista. Ele é resgatado de uma espécie de sono criogênico pelo velho colega de combate, Psycho, que precisa do supersoldado para derrotar não apenas a corporação Cell, mas também os Ceph, ameaça alienígena espalhada pelo mundo.

Centrado, principalmente, na relação entre os dois, o roteiro tenta ser mais elaborado ao abordar a dualidade homem-máquina representada na figura de Prophet. A intenção é boa, mas, infelizmente, a forma como o conceito é trabalhado não consegue comover o jogador, já que o protagonista tem quase nenhum carisma. Resta, então, aguentar o personagem martelar ao longo da trama o quanto ele quer se provar humano e não apenas uma arma ambulante.

Outra novidade é a adição de um equipamento: o arco. É possível caçar inimigos ao usar flechas, sejam elas normais ou turbinadas com sistemas de choque elétrico e até explosivos. A diversão ao dar cabo de alienígenas e soldados com o dispositivo é imensa, sem sombra de dúvidas. O problema é que o apetrecho é poderoso demais e pode tornar o combate muito fácil, fato desagradável para os jogadores que buscam ação mais desafiadora.
Atingida por catástrofes, nova york é cenário de batalhas. quando a barra de energia diminui, é hora de se esconder na mata para recarregá-la(foto: Crytek/Divulgação)
Atingida por catástrofes, nova york é cenário de batalhas. quando a barra de energia diminui, é hora de se esconder na mata para recarregá-la (foto: Crytek/Divulgação)

Território seguro Os principais pontos fortes de Crysis 3 são justamente aqueles que funcionaram tão bem desde o primeiro título da série: os gráficos e o combate. O visual é impressionante, mesmo que defasado no Xbox 360, quando se compara à versão do jogo para computador. A maior parte da trama se passa em Nova York, cidade que, na história, é atingida por várias catástrofes.

A forma como a iluminação nos ambientes é trabalhada continua exuberante e merece atenção. Quanto ao combate, ele segue como um trunfo do jogo, apesar de também apresentar problemas. Retorna o esquema de avançar pelas áreas em que soldados ou alienígenas fazem rondas. Cabe, então, ao jogador montar a estratégia que pretende usar para eliminar os oponentes no local, após analisar o cenário, a disposição dos inimigos no mapa e as armas disponíveis.

Seria um grande agrado para os fãs da mecânica furtiva, não fosse a inteligência artificial frequentemente problemática dos adversários. Não importa o quão isolado um deles esteja do restante, se você matá-lo, os demais entrarão em estado de alerta. Isso até faz sentido quando os inimigos são alienígenas, pois a história deixa claro que eles possuem consciência compartilhada (noção vista também no clássico da literatura de ficção científica O jogo do exterminador). Quando são humanos, porém, chega a ser um erro grave, principalmente com tantos títulos no mercado com esse ponto tão bem resolvido, como os das séries Batman Arkham ou Metal gear, em que capangas só ficam alertas de fato ao ouvir algo suspeito ou encontrar um corpo caído.

Se a furtividade é prejudicada, ao menos o restante da batalha funciona bem. Cabe ao jogador articular com sabedoria os dois poderes principais da nanosuit: invisibilidade e resistência a tiros. Ao ativar um dos dois modos, uma barra de energia se esvazia, o que obriga o personagem a se esconder no cenário para recarregar. Os diferentes ambientes encontrados em Crysis 3 têm boa variedade de design e de formatos, o que torna cada área um desafio instigante ao elaborar estratégias.

Se Crysis 3 queria se mostrar mais humano, conseguiu. Mas não porque comove com o roteiro e sim porque faz algo inerente a todos os humanos: erra. O game tem arestas, mas não deixa de ser um bom título, graças às mecânicas consagradas, ao visual e ao melhor multiplayer da série até agora. Considerando o prestígio que Crysis 2 adquiriu, a sequência deve agradar a quem começou a franquia com esse terceiro título. Aos fãs de longa data, é provável que reste o gosto agridoce.

Arsenal
O arsenal do jogo oferece rifles, pistolas, lança-foguetes e, pela primeira vez na série, a possibilidade de controlar armamento alienígena. É possível ainda modificar o tipo de munição e acrescentar acessórios, como silenciadores e visores de aproximação de mira.

(foto: Crytek/Divulgação)
(foto: Crytek/Divulgação)
» Produção: Eletronic Arts
» Desenvolvimento Crytek
» Plataformas: Playstation 3, Xbox 360, Microsoft Windows
» Número de jogadores: até 12 (multiplayer on-line); 1 (single-player off-line)
» Preço: R$ 189,90
Não recomendado para menores de 16 anos

Avaliação
Jogabilidade: HHHHH
Entretenimento: HHHH
Gráficos: HHHHH
Som: HHH


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