11/7/1924 - 8/3/2005
OSWALDO CRUZ - São Luís do Paraitinga (SP)
5/8/1872 - 11/2/1917
Seu nome é adotado pela mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pudera: o médico e sanitarista fundou a medicina experimental no Brasil. Entre seus principais feitos estão o combate ao surto de peste bubônica no litoral paulista e a erradicação de doenças endêmicas no Rio de Janeiro. Com suas pesquisas, desenvolveu as vacinas que controlaram as doenças que mais matavam na época: a febre amarela e a varíola. Oswaldo Cruz era um notável. Ainda com 14 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se doutorou em 1892, defendendo a tese da veiculação microbiana pelas águas. Na França, estagiou no Instituto Pasteur e, na Alemanha, aplicou os conhecimentos adquiridos na direção do Instituto Soroterápico, antigo nome da Fiocruz, quando elevou o nível do centro de fabricação de vacinas e de medicina experimental. Foi diretor-geral da Saúde Pública do Rio de Janeiro, onde iniciou as famosas brigadas mata-mosquitos, quando guardas sanitários percorriam as residências eliminando focos do mosquito transmissor da febre amarela, algo como o combate atual ao transmissor da dengue. Foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras e assumiu o cargo de prefeito de Petrópolis, morrendo uma semana depois.
3/5/1926 - 24/6/01
Não é um Nobel, mas simplesmente porque não existe no prêmio mais famoso do planeta uma categoria para sua área de pesquisa. Milton Santos, entretanto, foi o único pesquisador fora do mundo anglo-saxão a receber, pelo conjunto de sua obra, o Vautrin Lud, que pode ser considerado o "Nobel da Geografia". Seus esforços foram dedicados a dissecar a globalização da economia, enfatizando seu efeito devastador no Brasil, e propor saídas para que a população pobre não fosse mais parte desse jogo apenas como vítima. Bacharel em direito pela Universidade Federal da Bahia, não chegou a exercer a profissão. Preferiu um concurso público para professor secundário e foi lecionar geografia em Ilhéus. Por causa de sua posição política, foi perseguido e preso, passando dois meses num quartel de Salvador (BA). Libertado, partiu para a França e graças ao exílio forçado se projetou internacionalmente. Doutor em geografia pela Universidade de Estrasburgo e professor visitante em Stanford, estudou e ministrou aulas na Europa, Américas e África, nas universidades de Paris, Columbia, Toronto e Dar Assalaam (Tanzânia). Também atuou como consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unesco. Publicou mais de 40 livros e 300 artigos.
GILBERTO FREYRE
Sir. Gilberto Freyre não foi o título mais importante recebido pelo pesquisador que introduziu a antropologia moderna no Brasil. Quando a rainha da Inglaterra contemplou Gilberto Freyre com o mais alto título da monarquia britânica ele já era o quarto brasileiro a receber o Prêmio Aspen, do americano Instituto Aspen. Tinha, inclusive, sido indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, em 1947. Freyre se destacou logo em seu primeiro livro, Casa-grande e senzala, em que descreve a vida nos engenhos e a formação da economia nacional sob o regime da escravidão. Seu método de pesquisa via no cotidiano um elemento importante para o estudo das ciências sociais e foi adotado nos estudos antropológicos e sociológicos posteriores. Primeiro livro da trilogia Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil, que explica a formação social e antropológica brasileira, recuperando suas diversas fases, Casa-grande e senzala foi seguido por Sobrados e mucambos e Ordem e progresso. Freyre publicou também obras autobiográficas e sobre a história de Recife. Em 1935, participou da criação da Universidade do Distrito Federal, que tinha como filosofia a formação dos quadros intelectuais do país e acabou incorporada, pela política do Estado Novo, à Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.
CARLOS CHAGAS
Oliveira (MG)