Quando foi anunciado em maio o Xbox One causou grande rebuliço pelas novidades. A Microsoft, porém, liberou outras informações nos dias seguintes, e deixou muitos jogadores inconformados. A empresa de Steve Ballmer, agora, encontra-se em meio a uma série de controvérsias. A principal polêmica surgiu com a descoberta de que o Xbox One não permitirá que jogos usados sejam utilizados em mais de um aparelho de forma gratuita, como acontece hoje. Em vez disso, cada game será vinculado a uma conta da Xbox Live, a rede da Microsoft, e, caso alguém queira usá-lo em outro aparelho com outra conta, deverá pagar uma taxa equivalente ao preço integral do título. E nada disso mudou de lá até a E3.
Na prática, você não pode mais pegar um jogo emprestado de um amigo sem pagar a mais por isso. A decisão visa derrubar o mercado de games usados, que são revendidos no varejo especializado e não rendem lucros às produtoras e aos estúdios de desenvolvimento. Nos Estados Unidos, a prática é comum e estruturada pela GameStop, maior loja de games norte-americana.
Após semanas sem dar esclarecimentos para tirar dúvidas, a Microsoft divulgou mais detalhes sobre a polêmica na última quinta-feira. De acordo com a companhia, ficará a cargo das produtoras quais títulos terão a trava para jogos usados. Um jogador poderá dar de presente um game para outra pessoa, desde que ambos sejam amigos na Xbox Live há, no mínimo, 30 dias. Depois da transferência, a operação não poderá mais ser repetida com aquele disco específico. Além disso, o usuário poderá jogar qualquer título dele em outros Xbox One sem necessidade do CD, desde que esteja logado na própria conta.
CONEXÃO
Um rumor temido pelo público também foi esclarecido: o de que o Xbox One deveria estar on-line em tempo integral. A Microsoft já o desmentiu, mas anunciou que o console fará checagens de conexão a cada 24 horas. Assim, os usuários passam a ser obrigados a criar uma conta na Xbox Live, que, ao contrário da PlayStation Network, exige uma assinatura para jogar on-line e desfrutar de serviços como Netflix. O intervalo de tempo diminui quando um jogador está logado na própria conta, mas em um outro Xbox. Nesse caso, o console fará as verificações on-line uma vez a cada hora.
Quem também não está muito satisfeito com o novo Xbox são os estúdios desenvolvedores de games independentes, pois a Xbox Live não permitirá que eles publiquem e vendam na rede de forma autônoma. Nesse quesito, o PlayStation 4 leva vantagem, pois será aberto para esses desenvolvedores, como já é feito com o PS3. Apesar de o público estar à espera de outros esclarecimentos por parte da Microsoft, a empresa, provavelmente, não se pronunciará sobre esses assuntos na E3. Em vez disso, ela deve focar a atenção da conferência nos jogos que serão lançados no fim do ano.
NINTENDO ATRÁS
A E3 mostrou que o único concorrente direto e de peso para o PlayStation 4 é mesmo o Xbox One, apesar das decisões impopulares da Microsoft. Infelizmente, os anúncios da Nintendo em sua conferência de imprensa para o console Wii U não empolgaram nadinha e a ninguém. Entretanto, historicamente não dá para desprezar a força de Mario, Zelda, Donkey Kong e outras franquias, que sempre sustentaram os consoles da fabricante japonesa. Se o Wii U será salvo por eles, só o tempo dirá. Mas que a empresa, pelo que foi apresentado na feira, saiu bem atrás dos seus dois principais concorrentes, não há como esconder.