Jornal Estado de Minas

Invasão de dados é mas comum do que se imagina. Aprenda a diminuir riscos

Jorge Macedo - especial para o EM
Silas Scalioni
Para Eduardo D’Antona, diretor da Bitdefender no Brasil, o mundo digital é como um espelho do mundo real. Por isso, essa questão de espionagem digital envolvendo o governo norte-americano é simplesmente uma repetição de outros meios de vigia ilegal que ocorrem pelo mundo afora. “Mais de 30% das linhas telefônicas brasileiras eram grampeadas em outros tempos da nossa história. Muitas ainda são até hoje, para atender interesses dos mais diversos. E, se isso ocorre sem uma autorização judicial, trata-se de um fato ilegal. O mesmo acontece com a internet e o computador: estamos sendo vigiados o tempo todo. E muitas vezes, também de forma ilegal. Cabe, então, à Justiça provar e tomar as medidas cabíveis. Fora isso, não temos muito o que fazer”, afirma.

Só que ele não enxerga essa vigia como uma grave ameaça à segurança e à privacidade do usuário, desde que ele saiba como usar a rede. “Quando alguém entra num portal de notícias e acessa uma matéria falando sobre uma viagem, por exemplo, à Grécia, pode ter certeza que esse portal sabe que a pessoa visitou a página e poderá posteriormente ‘vender’ informações sobre ela para uma agência de turismo que oferece pacotes para a Grécia. Ou seja, desde que entramos na rede existem milhares de olhos sobre a gente”, diz. A questão é não deixar que isso se transforme num tormento e numa preocupação excessiva e tentar se precaver ao máximo para que o uso da internet não se torne um problema.

Segundo ele, quanto a essa questão de espionagem, as empresas der segurança computacional não têm o que fazer. Todas elas desenvolvem produtos para impedir invasões do computador e infecções por vírus e outras formas de ataque. “Mas não contra sistemas que utilizam vários roteadores, banco de dados, nuvens, enfim, a espionagem nos end points. Nosso papel, nesse caso, é avisar aos clientes caso seja detectada alguma coisa estranha”, informa.

O diretor da Bitdefender revela que, independentemente dessas questões relativas à espionagem, a verdade é que a cada dia cresce de forma exponencial o número de usuários – que as empresas de segurança denominam de inconscientes – ,que se tornam vítimas mais fáceis dos cibercriminosos. “São geralmente novos usuários, com pouca informação sobre o uso da internet, e que acessam tudo sem qualquer critério. Ao agir assim, com certeza se tornam alvos fáceis de algum golpe.”


CUIDADO NUNCA É DEMAIS
Diminua os riscos ao navegar nas redes ou utilizar um serviço na “nuvem”
» Utilize sempre um endereço de e-mail confiável para receber suas notificações de redes sociais

» Criar um post “apenas para amigos” ou mesmo “privado” não garante que o conteúdo não será visto por outros. É melhor compartilhar tais itens pessoalmente ou por meio de comunicação direta

» Se você armazenar arquivos na nuvem para uso pessoal, considere criptografá-los

» Crie senhas fortes, sem palavras fáceis, dados pessoais ou que siga uma ordem regular do teclado. Uma senha segura deve conter uma combinação de letras, números e caracteres especiais

» Ative a navegação segura (HTTPS) para encriptar a sua navegação no Facebook, evitando que alguém possa entrar na sua conta quando navega por uma rede wi-fi insegura

» Ativando notificações de login, o Facebook vai avisar sempre que a sua conta for acessada por um dispositivo novo

» Selecione aprovações de login para solicitar um código de acesso sempre que se acessar sua conta a partir de um dispositivo novo

» Verifique as suas sessões ativas nas configurações de segurança da sua conta do Facebook para saber a partir de onde foram feitos os logins

Fonte: Kasperk, empresa de segurança digital