Há um ano, a estudante de ciências sociais Fernanda Rodrigues, a Ferê, de 26 anos, criou o grupo Escambo BH (https://on.fb.me/19sUKeP) no Facebook. Ela participava de uma comunidade de troca que se reunia sob o Viaduto Santa Tereza e quando os encontros acabaram sentiu falta da prática. Como os grupos que achou no site eram todos de outra cidade, resolveu criar um para Belo Horizonte.
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Grupo no Facebook discute o consumismo e incentiva a doaçãoEscambo virtual incentiva a prática do desapegoConsumo colaborativo pode se transformar numa forma criativa de negócioAlém do apelo anticonsumista, ela explica que o grupo lhe foi muito útil porque ele adquiriu vários artigos de que precisava e não tinha condições de comprar. Na última troca, conseguiu enfim o berimbau para suas aulas de música ao oferecer um par de óculos. Discos, livros e instrumentos são os campeões de permutas, inclusive dela. “Muitas pessoas oferecem notebooks, por exemplo, mas não aceitam a troca que não seja no valor equivalente”, ressalva. Os escambos mais inusitados, normalmente, são os de serviço. Fotógrafos oferecem books e ganham eletrônicos. Há até pessoas oferecendo aulas de ioga.
O consumo colaborativo no Brasil ganha força na internet desde criações como o site DescolaAí (descolaai.com), em 2011. Em maio, o brasileiro Diego Zambrano criou o aplicativo Bondsy (bondsy.com), a rede social de coisas. Nela, os usuários (só para dispositivos iOS) trocam e vendem produtos e serviços. Basta tirar uma foto, escrever a história do produto e compartilhar. Só se recebem ofertas de pessoas conectadas a você. O aplicativo tem proposta semelhante ao Bizuh (https://bizuh.com), que se diz a rede social de classificados.
Trocar, compartilhar, emprestar e alugar vem substituindo o verbo comprar nessa prática comercial. Conheça nesta edição quem são os outros mineiros que fazem escambos na rede, além de conferir a entrevista com os criadores do Enjoei, site fofo e popular entre mulheres, destinado à venda de produtos usados, mas com “pedigree”.