De acordo com o presidente da ABTO, José Medina Pestana, mais da metade das famílias de pacientes com morte cerebral concorda em fazer a doação. Há, ainda, pelo menos outros dois motivos que explicam a mudança nas características dos transplantes de rins: "As famílias estão cada vez menores, com menos filhos, então a possibilidade de ter um doador compatível diminuiu. Ao mesmo tempo, a qualidade das diálises (procedimento feito para filtrar o sangue) aumenta. Isso dá à pessoa a possibilidade de passar mais tempo esperando pelo órgão de um falecido", afirmou. Segundo ele, hoje 20 mil pacientes aguardam um doador no país. A coordenadora de transplantes no Distrito Federal, Daniela Salomão, afirma que a queda ocorre porque se tem conseguido mais doadores em morte encefálica e, por consequência, tem diminuído a necessidade de transplante intervivo (entre duas pessoas vivas).
Outros órgãos O levantamento da ABTO mostrou que a quantidade de transplantes extremamente complexos, como pulmão e fígado tiveram aumento em relação ao ano passado (veja quadro). O de pulmão, feito em apenas quatro estados, teve crescimento de 1,4%. No ano passado inteiro, foram feitos 69 procedimentos desse tipo e, neste ano, já foram realizados 42. "Nosso sistema de captação e distribuição de órgãos é muito avançado. Agora precisa haver mais eficiência e organização do projeto", afirmou o presidente da ABTO, José Medina Pestana.