B.Piropo
Privacidade é o assunto da moda. Depois que Edward Snowden jogou no ventilador a notícia de que os EUA e Reino Unido mantinham um programa de vigilância eletrônica em âmbito planetário para escarafunchar as mensagens e conversas que todo mundo troca com todo mundo, o tópico virou o assunto do momento. E depois que vazou a informação de que os sistemas de comunicações brasileiros estavam incluídos entre os monitorados pela poderosíssima NSA e havia um grupo dedicado a examinar as comunicações da presidente com um punhado de membros do governo, o assunto passou a ter projeção nacional. E não se fala de outra coisa. Agora todos se preocupam com privacidade. Mas, a meu ver, do jeito errado.
Preocupam-se com o problema no atacado, uma agência americana que lê suas comunicações. A mim pouco se me dá que a NSA saiba meus parcos segredos (embora, evidentemente, não aprove nem fique satisfeito com isso). E penso que o mesmo ocorre com praticamente todo o universo de leitores dessas mal traçadas. Que deveriam estar mais preocupados com o varejo: um(a) namorado(a) – ou, pior, ex-namorado(a) – que tem acesso a tudo o que publicaram nas redes sociais, incluindo fotos, filmes, desenhos e aquelas declarações de amor bem melosas, que mais tarde parecerão ridículas, mas que quando feitas sob o poderoso filtro da paixão eram sublimes. Pois, como se sabe, naquele estado de espírito atoleimado típico do início de uma relação apaixonada, é fácil cruzar o tênue limite entre o caricato e o decoroso. E as redes sociais estão aí mesmo para nos deixar arrependidos, quando o “rolo” acaba e ele(a) vira ex.
Pois bem, já que não podemos impedir que a NSA leia nossas mensagens, vamos pelo menos tentar evitar que nossos segredos sejam perscrutados e divulgados por um(a) rancoroso(a) ex, sedento(a) de vingança e roído(a) pelo ciúme ou rejeição, como é comum. Afinal, como água e gelo, paixão e ódio são compostos essencialmente pelos mesmos elementos, apenas em estados diferentes, e se transmutam facilmente dependendo da temperatura e pressão.
Hoje, o Facebook é a rede social mais popular entre nós, então vamos usá-la como exemplo. O meio comum de postar informações no Facebook é usar a caixa “Status”. Nela, ao lado do botão “Publicar”, há um segundo botão, “Público”, que permite selecionar quem pode ler o conteúdo postado. O valor padrão “Público” põe o tópico ao alcance do público. Mas você pode restringir apenas aos amigos, incluir os conhecidos, torná-la acessível só a você ou restringir o acesso a pessoas ou grupos selecionados. Passe a usá-la antes de clicar no botão “Publicar”, exceto nos casos em que você deseja que a informação seja mesmo de conhecimento público.
Agora, o mais importante: depois de algum tempo de uso, como proceder para mudar (ou seja, impedir que certas pessoas ou grupos tenham acesso ao conteúdo de sua linha do tempo? Fácil. No alto e à direita da barra superior da página principal do Facebook há um ícone, um cadeado ao lado de três pequenas linhas horizontais, o segundo a partir da direita. Clique nele e se abrirá a janela “Atalhos de privacidade”. A primeira entrada é “Quem pode ver meus itens?”. Clique nela e abrem-se três possibilidades. A primeira equivale ao mesmo botão descrito no parágrafo anterior e se aplica a toda sua linha do tempo. A segunda, “Usar o registro de atividades”, abre um painel onde você pode consultar toda sua linha do tempo selecionando as publicações (todas, apenas as suas, apenas as de outros, apenas as que você ocultou, todos os seus comentários, em suma, um exame detalhado do conteúdo por itens que lhe permite inclusive excluir alguns deles). E a terceira, finalmente, lhe mostra a sua linha do tempo, porém da perspectiva de outra pessoa (a figura mostra como minha linha do tempo aparece para o público em geral). Assim, você filtra o quê pode ser visto por quem como também seleciona quem pode ver o quê (não é a mesma coisa, pense um pouco). E impedir que “certas pessoas” joguem no ventilador aquilo que você lhes disse quando eram confiáveis.
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Portas USB desabilitadas
Em meu notebook HP Compaq com Windows XP, as portas USB não funcionam. Suspeito de algum software ou configuração mais avançada, pois os dispositivos USB estão operacionais.
Paulo Alves – Belo Horizonte
Tudo indica que as portas USB foram desabilitadas por alguma configuração. No seu caso, qual delas não sei, mas conheço quatro meios de desabilitar portas USB. Um deles implica o uso de um software de terceiros (o IntelliAdmin), o que não é o caso. Os demais são via registro, gerenciador de dispositivos e ajuste do BIOS Setup. Por partes: abra o Registro com Regedit, procure a chave “HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Services\USBSTOR\”, abra-a, localize o valor “Start”, abra-o clicando sobre seu nome e verifique o que consta na caixa “Dados do valor”. O valor “3” habilita as portas USB, o valor “4” desabilita. No caso do gerenciador de dispositivos: clique com o botão direito em “Meu computador” no menu Iniciar, acione a opção “Propriedades”, na janela que então se abre clique em “Gerenciador de dispositivos” e procure pela entrada “Controladores USB”. Clique na entrada correspondente a cada uma das portas, passe para a guia “Driver” e verifique se seu botão “Desativar” está habilitado (o que, por razões óbvias, significa que a porta está habilitada). Nos ajustes do BIOS, entre nas telas de ajuste do BIOS premindo a tecla “Del” ou F2 durante a inicialização e procure pelos ajustes das portas USB (geralmente em uma das seguintes seções: Advanced settings, Peripherals, Communication ou Input/Output. Verifique o ajuste das portas. “Enabled” significa que estão habilitadas. “Disabled” que não. Se nada disso funcionar, é possível que o problema esteja no controlador USB da placa-mãe. Tomara que não.