Suas descobertas tiveram um enorme impacto na compreensão da forma como uma carga é entregue dentro e fora da célula e têm implicações nos trabalhos sobre diversas doenças, incluindo distúrbios neurológicos e problemas imunológicos, assim como o diabetes, destacou o Comitê.
Schekman declarou que ficou chocado quando recebeu a ligação de Estocolmo. "Minha reação quando fiquei sabendo foi de incredulidade e alegria", afirmou o professor de 64 anos, que ensina Biologia Molecular e Celular na Universidade de Berkeley (Califórnia, Estados Unidos).
Rothman, professor de 62 anos e diretor do Departamento de Biologia Celular na Universidade de Yale (Estados Unidos), disse a uma rádio sueca que se sentia extremamente honrado por vencer o prêmio.
Os três produziram seus trabalhos de pesquisa de forma independente.
Cada célula é uma fábrica que produz e exporta moléculas. "Por exemplo, a insulina é fabricada e depois liberada no sangue e sinais químicos chamados neurotransmissores são enviados de um nervo ao outro. Estas moléculas são transportadas na célula em pequenos pacotes chamados vesículas", explicou o júri.
Os cientistas premiados "descobriram os princípios moleculares que regem a forma como esta carga é entregue no local correto da célula no momento adequado", completa o comunicado.
Schekman é o pioneiro dos três. Iniciou sua pesquisa nos anos 70, quando começou a estudar a base genética da célula utilizando como modelo o lêvedo. Descobriu que as células do lêvedo que tinham um transporte defeituoso criavam um sistema similar ao de um sistema de transporte público mal organizado. Compreendeu que a causa da congestão era genética e prosseguiu identificando os genes que haviam sofrido mutação.
Nos anos 80 e 90, Rothman começou a estudar o transporte das vesículas nas células dos mamíferos.
"Rothman, Schekman e Südhof estabeleceram o mecanismo sofisticado que permite o transporte e a liberação das moléculas nas células", destacou o comitê.
Rothman, nascido em 1950, obteve o doutorado em Harvard, passando depois pelo Massachusetts Institute of Technology e a Universidade de Stanford (Califórnia). Em 2008 retornou para a costa leste, a Yale. "Decifrou o mecanismo das proteínas que permite às vesículas uma fusão com seus alvos para permitir a transferência de sua carga".
Südhof, de 58 anos, obteve o doutorado na Universidade de Göttingen. Vive nos Estados Unidos desde 1983 e é professor em Stanford desde 2008. "Revelou a forma como os sinais dão instruções às vesículas para que liberem sua carga com precisão", completou o júri.
Nos anos 90 estudou "a precisão temporária" das células, para as quais "tudo está no timing", segundo o comitê Nobel.
Ano passado, os vencedores do Nobel de Medicina foram o japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon.
O Prêmio de Medicina é o primeiro da temporada do Nobel 2013. Será seguido por Física na terça-feira, Química na quarta-feira, Literatura na quinta-feira, Paz na sexta-feira e Economia no dia 14.