Desde a concepção, Beyond: two souls foi anunciado como um outro tipo de experiência. Após o lançamento, muito se falou sobre o título ser uma mescla entre videogames e cinema, mas, mesmo assumindo vários elementos de obras cinematográficas – ao lado de conceitos básicos de jogabilidade –, o principal atrativo é outro: a história. A personagem principal, envolta por conflitos comuns somados ao efeito de uma ligação constante que tem a uma entidade, deixa evidente as camadas de personalidade e as fases da vida que, um dia, qualquer jogador com os controles à mão já viveu.
Alguns capítulos são inclusive pontuados com cenas épicas, e são elas que tornam visível o porquê de Jodie ser uma das personagens femininas mais cativantes e poderosas da atualidade. As sequências de movimentos em tempo real são a base de algumas cenas de ação, além de serem o principal desafio do jogador – não havendo penalidade no caso do erro, o que é compreensível, para a continuidade da história.
Ainda na jogabilidade, as principais ações são feitas com o analógico direito. Quando pontos brancos aparecem na tela – semelhante ao jogo anterior produzido pela empresa, Heavy rain –, você deve direcionar o controle até eles para interagir com o objeto. O espírito Aiden também é utilizado em certas partes da história, quando o jogador precisa mudar para a visão dele e usá-lo como distração ou arma.
EXPERIÊNCIA
As poucas vezes que o jogador tem, de fato, o controle do personagem são pouco desafiadoras, e acabam sendo rasas em comparação a outros jogos. E isso ainda faz falta, principalmente em um título tão bonito e atraente. É um pouco estranho ver cenas espetaculares acontecerem sem você ter o controle da situação, pois são justamente o ponto alto.
Beyond two souls poderia ser analisado como uma obra mista, mas é muito mais que isso: uma narrativa que, mesmo não linear, continua sendo inteligente. A sensibilidade ao tratar o conflito humano e a reflexão da vida após a morte, usando esses elementos para criar um bom drama, é o que faz o título ir, literalmente, além.
AVANÇO TECNOLÓGICO
Em grande parte dos personagens de Beyond foi utilizada a captura de movimento. Um trabalho de um ano de filmagem resultou em cerca de 23 mil animações únicas, de acordo com o diretor David Cage. Além disso, foram mais de 90 pontos usados no rosto dos atores para capturar os movimentos da face.
FORÇA FEMININA
Atualmente, uma das principais discussões na indústria de games é sobre o machismo e a misoginia presente nos jogos. Não só a rasa construção de personagens femininas, mas também o uso das mulheres como alvo de piadas constantes, como é feito em GTA V. Nesse contexto, o surgimento de uma personagem forte e tridimensional como Jodie Holmes é um ponto a mais para Beyond, e mostra que ainda existe vontade de fugir do arroz com feijão usado na elaboração de novos títulos
Assista o trailer do game: