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Estado de Minas

Jogo Beyond: two souls está entre o cinema e os games

Novo título da Quantic Dream traz uma construção baseada em filmes, com roteiro cativante e uma experiência inovadora. Ações pouco desafiadoras durante a saga podem desapontar


postado em 21/11/2013 11:00 / atualizado em 21/11/2013 10:35

 Desde a concepção, Beyond: two souls foi anunciado como um outro tipo de experiência. Após o lançamento, muito se falou sobre o título ser uma mescla entre videogames e cinema, mas, mesmo assumindo vários elementos de obras cinematográficas – ao lado de conceitos básicos de jogabilidade –, o principal atrativo é outro: a história. A personagem principal, envolta por conflitos comuns somados ao efeito de uma ligação constante que tem a uma entidade, deixa evidente as camadas de personalidade e as fases da vida que, um dia, qualquer jogador com os controles à mão já viveu.

Você assume a vida de Jodie Holmes (Ellen Page), uma menina que, desde o nascimento, é ligada a Aiden, um espírito que o jogador também controla. Essa conexão entre os dois chega a motivar grande parte dos conflitos apresentados durante a construção da história e é a principal influência para que a vida de Jodie não seja normal. A narrativa não linear do game se encaixa perfeitamente  nessa história. É possível acompanhar cada momento da vida dela, mas em partes independentes.

(foto: SONY/DIVULGAÇÃO)
(foto: SONY/DIVULGAÇÃO)
O jogo tem gráficos extraordinários – parece até que foi feito para PlayStation 4 –, com uma fusão entre texturas em alta definição e montagem meticulosa de personagens, e dá ao jogador uma impressão ainda maior de que o game, na verdade, é um filme. A variação entre ambientes também é parte essencial para a crença do jogador nesse universo.

Alguns capítulos são inclusive pontuados com cenas épicas, e são elas que tornam visível o porquê de Jodie ser uma das personagens femininas mais cativantes e poderosas da atualidade. As sequências de movimentos em tempo real são a base de algumas cenas de ação, além de serem o principal desafio do jogador – não havendo penalidade no caso do erro, o que é compreensível, para a continuidade da história.

Ainda na jogabilidade, as principais ações são feitas com o analógico direito. Quando pontos brancos aparecem na tela – semelhante ao jogo anterior produzido pela empresa, Heavy rain –, você deve direcionar o controle até eles para interagir com o objeto. O espírito Aiden também é utilizado em certas partes da história, quando o jogador precisa mudar para a visão dele e usá-lo como distração ou arma.

EXPERIÊNCIA

As poucas vezes que o jogador tem, de fato, o controle do personagem são pouco desafiadoras, e acabam sendo rasas em comparação a outros jogos. E isso ainda faz falta, principalmente em um título tão bonito e atraente. É um pouco estranho ver cenas espetaculares acontecerem sem você ter o controle da situação, pois são justamente o ponto alto.

(foto: SONY/DIVULGAÇÃO)
(foto: SONY/DIVULGAÇÃO)
A trilha sonora de Beyond: two souls é nada mais que um plano de fundo para as ações, não se tornando, em nenhum momento, um complemento daquela fase ou até mesmo parte essencial. Mas não é o áudio o pior problema do jogo, mas sim a mecânica. Quando o game executa o salvamento automático, por exemplo, ocorrem travamentos grotescos, que chegam a atrapalhar a experiência do jogador e a continuidade entre os níveis. De todas as partes da história, Beyond chega ao ápice a partir do terceiro ato, no qual as explicações para a vida de Jodie começam a ser mostradas e emocionantes sequências coroam a boa experiência do jogo.

Beyond two souls poderia ser analisado como uma obra mista, mas é muito mais que isso: uma narrativa que, mesmo não linear, continua sendo inteligente. A sensibilidade ao tratar o conflito humano e a reflexão da vida após a morte, usando esses elementos para criar um bom drama, é o que faz o título ir, literalmente, além.

AVANÇO TECNOLÓGICO

Em grande parte dos personagens de Beyond foi utilizada a captura de movimento. Um trabalho de um ano de filmagem resultou em cerca de 23 mil animações únicas, de acordo com o diretor David Cage. Além disso, foram mais de 90 pontos usados no rosto dos atores para capturar os movimentos da face.

FORÇA FEMININA
Atualmente, uma das principais discussões na indústria de games é sobre o machismo e a misoginia presente nos jogos. Não só a rasa construção de personagens femininas, mas também o uso das mulheres como alvo de piadas constantes, como é feito em GTA V. Nesse contexto, o surgimento de uma personagem forte e tridimensional como Jodie Holmes é um ponto a mais para Beyond, e mostra que ainda existe vontade de fugir do arroz com feijão usado na elaboração de novos títulos

 
Assista o trailer do game:


 

 


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