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Estado de Minas

Impressão em 3D se aprimora, mas ainda não é comercial

Tecnologia de impressão em 3D é capaz de criar objetos, de doces a peças industriais


postado em 23/01/2014 00:12 / atualizado em 23/01/2014 11:46

 

Doces. Adereços de moda. Sapatos. Armações de óculos. Brinquedos. Estatuetas. Peças de xadrez. Essas são apenas algumas possibilidades da impressão 3D, tecnologia continuamente aprimorada. Nas previsões otimistas, sua adoção será breve. Para os mais críticos, está longe de alimentar uma linha de produção e, portanto, longe do dia a dia das pessoas.

Com açúcar e um único sabor adicionado, a impressora ChefJet Pro é capaz de produzir guloseimas coloridíssimas, prontas para agradar clientes de hotéis e restaurantes. Por US$ 10 mil, o mercado entregará a engenhoca, prevista para estar à venda no segundo semestre de 2014. Virá até com livro de receitas e terá também uma versão menor, que custará US$ 5 mil. A impressora foi mostrada na Consumer Eletronic Show, em Las Vegas, no começo de janeiro.

A impressão tridimensional existe há mais de 20 anos, mas ganhou popularidade recentemente com a melhora tecnológica e um custo mais acessível para amantes da bricolagem, assim como artistas e empreendedores. Em novembro do ano passado, um desfile em Paris mostrou vestidos e adereços impressos em 3D na “3D Print Show”. Na CES, há cinco anos, a empresa Brooklyn MakerBot era a única fabricante de impressoras tridimensionais a expor produtos, mas na edição deste ano teve vários concorrentes.

O líder da banda Black Eyed Peas, Will.i.am, contratado como diretor criativo da 3D Systems, acha que a tecnologia fará para muitos objetos básicos o que o iTunes – loja virtual da Apple – fez pela música. Para o cantor, daqui a uma década "as impressoras em 3D estarão nas casas, assim como as geladeiras, os televisores e os micro-ondas" estão hoje e produzirão objetos como sapatos, cintos e acessórios, atualmente comprados nas lojas.
 

Aplicação namoda: vestido comdesenhos barrocos foi feito em impressora 3D(foto: JOEL SAGET/AFP)
Aplicação namoda: vestido comdesenhos barrocos foi feito em impressora 3D (foto: JOEL SAGET/AFP)
TIJOLO POR TIJOLO Plástico biodegradável feito de milho, aplicado em camadas e moldado em laser com placas quentes, é o material que vai para a impressora para ser transformado em “n” coisas. "Pensem nisso como camadas de tijolos microscópicos. Se você coloca tijolos suficientes, cria uma construção", explica Roger Chang, diretor-geral da Singapur Pirate 3D, que produz uma impressora para a empresa Buccaneer vendida a US$ 497. Para a porta-voz da pioneira MakerBot, Jenifer Howard, 2014 é o ano da impressão 3D. "Empreendedores sem muito apoio econômico podem criar seus protótipos e inclusive fabricar em pequena escala", afirmou.

Segundo a porta-voz, as impressoras da MakerBot têm sido usadas, inclusive, pelo grupo aeroespacial americano Lockheed Martin para fabricar uma parte de um telescópio que deve ser lançado dentro de quatro anos, enquanto na África serviram para confeccionar próteses de mão a um décimo do preço normal. Os códigos digitais da "mão-robô" foram baixados 55 mil vezes, segundo a MakerBot, que oferece gratuitamente uma ampla base de dados de códigos de impressão em seu site. Suas impressoras de quinta geração são vendidas ao preço de US$ 1.375 a US$ 6,5 mil.

DESAFIO "A maioria das pessoas não imprime sua própria capa de smartphone ou sua mochila", afirma Stephen Baker, analista do NPD Group. "Hoje em dia, há energia em um setor que era insípido. Mas provavelmente estamos muito longe de transformar o sistema de produção." Para Roger Chang, os fabricantes de brinquedos independentes poderão ser aqueles que levarão as impressoras 3D ao grande público. "Da mesma forma que o iTunes permitiu aos músicos independentes se expandir, colocando suas músicas on-line com códigos digitais, os desenvolvedores de brinquedos independentes podem permitir aos seus clientes imprimir os brinquedos sem terem que se preocupar com grandes orçamentos ou acordos de distribuição", explicou. O desafio está lançado.

Andrew Boggeri, engenheiro da empresa Las Vegas Full Spectrum Laser, também citou um estudo que destaca que os lares dos Estados Unidos poderiam economizar até US$ 2 mil a cada ano se imprimirem as peças de reposição de 27 tipos de objetos que se quebrarem, o que torna o país "uma estufa para impressão em 3D".


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