Lucas Mafra tem formação autodidata em eletrônica e se enveredava pela área desde criança, por simples curiosidade. Paulo Henrique Pessoa – o Ganso – é designer de produto. Fred Paulino fez o curso de ciência da computação. O trio forma o coletivo Gambiologia: mestres da ciência da gambiarra. Eles criam objetos diversos com um mix de sucata, tecnologia e muita imaginação. O objetivo, de acordo com Fred, é exercer a criatividade dentro da área de formação de cada um, valorizando a cultura brasileira. “Precisamos pensar a tecnologia de forma espontânea e até mais divertida, humanizá-la. É preciso abrir os mistérios dessa caixa-preta.
Desde 2009, o trio rodou o Brasil e o mundo, passando por países como Áustria, Japão e Estados Unidos, com suas oficinas e exposições. Em 2010 foi realizada em BH, no Espaço Centoequatro, a exposição coletiva Gambiólogos, com 26 artistas brasileiros e do exterior. Em junho será lançada a terceira edição da revista Facta (imperativo do verbo fazer em latim), produzida por meio de lei de incentivo à cultura e com tiragem de 1.720 exemplares. É uma publicação sobre gambiologia que conta com a participação de artistas de áreas diversas, como fotografia, ilustração, poesia, moda, escultura… São mais de 50 colaboradores envolvidos no projeto. A inspiração para o conteúdo da revista será a cultura hacker, que também será um dos temas para a curadoria da segunda edição da mostra Gambiólogos, prevista para este ano.
As oficinas têm público de 8 a 80 anos. O coletivo já fez mais de 30 edições, em universidades, festivais de arte e projetos sociais. Em BH eles passaram em janeiro pelo Museu dos Brinquedos e já levaram a ciência da gambiarra para a organização não governamental Contato, a Escola de Arquitetura e a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O grupo recolhe ferro-velho e leva para as aulas na expectativa da transformação. No meio do processo, ensina noções básicas de eletrônica, circuitos, LEDs, motores etc. “Queremos destravar a criatividade. Com aquele monte de sucata as pessoas começam a perceber que é possível criar coisas interessantes”, ressalva.
RECICLAGEM CRIATIVA
Imaginação, técnica e boa vontade não faltam para um grupo de 13 senhoras voluntárias da creche Obras Sociais da Pampulha (obrasociaisdapampulha.blogspot.com.br).
A entidade atende cerca de 200 crianças de baixa renda, até 7 anos. Trabalhando na creche há 14 anos, Ivete Couto Nunes Mansur, de 57, conta que o grupo se reúne todas as tardes de segunda-feira para produzir os objetos que são guardados para um bazar no fim do ano, realizado durante um festival de tortas. Normalmente, elas conseguem arrecadar cerca de R$ 18 mil no ano, somando os valores cobrados pela entrada. “Somos 13 voluntárias, mas é pouco tempo. Sempre levamos trabalho para casa”, conta Mansur.
Costura e bordado são as atividades mais procuradas, mas também há espaço para a criação de novidades por meio da reciclagem. No ano passado, elas produziram cerca de 100 porta-copos com CDs. A meia dúzia era vendida em caixinhas por R$ 18. O disco ganha acabamento de tecidos estampados em um lado e papel contact liso do outro.
PONTOS DE DESCARTE
Sabe aquela pilha de mouses e teclados que está criando teia de aranha no armário do quartinho de despejo? Que tal fazer uma limpeza geral? Descarte e doe
Associação Municipal de Assistência Social (Amas)
Aceita qualquer material eletrônico.
Rua Resende Costa, 212, Bonfim. Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
(31) 3277-5158
amas.org.br
Centro Mineiro de Referência em Resíduos
Não recebe resíduos, só equipamentos de informática que estejam em condições de recondicionamento. É preciso ligar e marcar com antecedência. Assina-se um termo de doação, se o material for aprovado para a coleta.
Avenida Belém, nº 40, Bairro Esplanada – Belo Horizonte
(31) 3465-1204
www.cmrr.mg.gov.br
Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC)
Recebe somente equipamento de informática para recondicionamento.
Rua José Clemente Pereira,
nº 440, bairro Ipiranga –
Belo Horizonte
( 31) 3277-6259
Comitê para Democratização em Resíduos (CDI) Minas
Aceita equipamentos de informática e periféricos, inclusive que não estejam funcionando, salvo monitores queimados. É preciso entrar em contato antes da doação.
(31) 3280-3313/ 8403-9956
cdimg.org.br
Empresa Mineira de Lixo Eletroeletrônico (Emile)
Coleta eletrônicos e eletrodomésticos. É só ligar e agendar que a empresa busca o material na sua casa. Há também pontos de doação em shopping de Nova Lima, escolas e universidades de Belo Horizonte.
Rua Maria das Mercês Lima, nº 256, Bairro Betim Industrial – Betim
(31) 3044-5280/ 9950- 3312
emile.net.br.