Quando lançado, em novembro de 2005, o Xbox 360 fez a terceira versão do PlayStation comer poeira e despontou como líder de vendas durante grande parte desses anos de competição com o console da companhia japonesa.
Até isso ocorrer a estrada é longa. A primeira característica que se destaca na nova versão do aparelho é a interface. É clara a adaptação do desenho mosaico encontrado em todos os sistemas operacionais Windows, seja smartphone seja computador de mesa. Para o videogame, porém, essa migração não caiu muito bem – pelo menos para quem deseja navegar com o controle. Em poucas palavras, a interação com o joystick é lenta, assim como a digitação no teclado virtual do sistema, que não teve qualquer evolução comparado ao que já existia no 360.
Outra mudança na nova geração é a capacidade de armazenamento na nuvem. Seu perfil agora pode ser logado automaticamente em qualquer Xone que tenha Kinect, pois todas as informações do usuário já estão on-line (incluindo quais aplicativos você marcou na sua tela inicial). O limite da lista de amigos também aumentou de 100 para 1 mil.
POR DENTRO DO TITÃ
Confluência de mecanismos. Isso resume o ótimo resultado do empenho da equipe que elaborou o sistema do novo Xbox. A começar pelo Kinect 2.0, que foi aprimorado para uma câmera de resolução 1080p, ao lado de captura de voz e movimentos muito mais inteligente e sensível que a versão anterior. Todos os comandos de voz funcionam de forma magnífica com a resposta rápida da interface. Para mudar do seu jogo para o Netflix, por exemplo, é questão de segundos.
Mas para que fazer isso quando você pode simplesmente assistir àquele seriado ou ao filme ao mesmo tempo em que joga, usando a função fixar? É rápido, fácil, e basta falar “Xbox, fixar (nome do aplicativo ou jogo)” ao seu Xbox para sentir que o futuro já está na sua sala de estar.
Com o Kinect e a ajuda do Skype no sistema é possível receber chamadas do serviço a qualquer momento e atendê-las sem precisar apertar nem um botão sequer. A qualidade da câmera na transmissão surpreende.
O console foi desenvolvido ao redor de uma palavra: multimídia. Além da diversidade de aplicativos como Hulu Plus, Netflix, You Tube, um anúncio foi recorrente nas conferências demonstrativas do console, e talvez você se lembre: tevê. O cerne da função multimídia dentro do seu console está na entrada HDMI e a entrada para o cabo de satélite que o Xbox One tem. Com isso, o console capta o sinal da televisão a cabo e faz com que a programação seja mais uma das várias funções para consumo de conteúdo no videogame, o que possibilita assistir ao programa favorito ao mesmo tempo em que você checa sua lista de amigos, por exemplo.
O que desaponta no novo aparelho da Microsoft é o design. Com dimensões grandes demais. Todavia, atenta aos problemas das versões antigas do Xbox 360, a MS se empenhou em fazer com que as saídas de ar fizessem parte de, exatamente, metade do design — eliminando, assim, qualquer chance de superaquecimento do sistema.
Em contraste ao desenho do aparelho em si, que se assemelha ao de um videocassete, o controle do Xbox One ganhou uma caracterização menos robusta e mais harmoniosa. Os botões select e start foram mudados para os botões de menu. Com o substituto do botão start é possível marcar os principais aplicativos e jogos no seu menu inicial para futuramente encontrá-los mais rápido. A principal mudança, porém, é nos gatilhos de trás, que agora têm vibração própria.
Em Forza motorsport 5, por exemplo, dependendo de sua aceleração e posição na pista os botões vibram acompanhando seu ritmo.
Essenciais
De longe, há cerca de seis meses, a ideia de que o Xone abrigaria boa variedade de títulos era inconcebível.
Em Ryse: son of Rome, você é um general romano, e os incríveis gráficos, característica principal dos jogos da Crytek, encantam os olhos de quem tem os controles em mãos. Forza motorsport 5 é ótima experiência de corrida, e Zoo tycoon um bom e agradável simulador para o console – o qual pode prender o jogador durante muito tempo.
Do design potente à capacidade interna com pequenos aspectos que fazem a total diferença na hora da navegação no aparelho, o Xbox One tropeça apenas em uma interface que mais parece ter sido puxada do Windows 8 do que propriamente desenvolvida. Fora isso, todas as peças que o compõem são voltadas para o futuro. E é exatamente isso que o jogador espera.
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