Jornal Estado de Minas

Musgo na Antártica renasce após 1.500 anos congelado

AFP

WASHINGTON - Um musgo na Antártica renasceu após passar mais de 1.500 anos sob uma camada de gelo, um recorde que marca o maior ciclo vital de qualquer planta conhecida, revelou um estudo feito por cientistas britânicos e divulgado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

A pesquisa, publicada no periódico Current Biology, descreve a primeira vez que um musgo conseguiu sobreviver durante um longo período de tempo.

Até agora, tinha-se o registro de um musgo que renasceu após apenas 20 anos. As bactérias eram, até então, a única forma de vida conhecida por sobreviver durante milhares, inclusive milhões de anos.

"Este experimento demonstra que organismos multicelulares, plantas neste caso, podem sobreviver a períodos de tempo muito mais longos do que se pensava anteriormente. Este musgo, parte chave do ecossistema, conseguiu sobreviver a períodos centenários ou milenares de avanço do gelo, como a Pequena Era do Gelo na Europa", disse Peter Convey, do British Antarctic Survey, um dos autores do estudo.

Os cientistas capturaram amostras das profundezas de um banco de musgos congelados na Antártica.

Eles cortaram os núcleos desta planta e os colocaram em uma incubadora, a temperaturas e níveis de luz que estimulariam seu crescimento em condições normais. Depois de algumas semanas, o musgo começou a crescer.

Técnicas de datação de carbono mostraram que as plantas originais tinham pelo menos 1.530 anos de antiguidade.

"Apesar de ser um grande salto com relação à descoberta atual, isto representa a possibilidade de formas de vida complexas sobrevivendo a períodos ainda mais longos ao permanecer presos no permafrost ou no gelo", disse Convey.

 

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