Erick conta que, há alguns meses, o Telegram (telegram.org), mensageiro russo, disponibilizou seu código fonte. Ele se debruçou ao longo de 90 dias sobre ele para recompilar o aplicativo. “A empresa liberou o código entre aspas. Na verdade, ela lançou um desafio. Não foi fácil. Só encontrei mais uns três desenvolvedores nos Estados Unidos que também conseguiram fazer isso. O meu aplicativo tem adaptações”, esclarece.
As mudanças, segundo ele, foram especialmente técnicas. Erick garante que aumentou a velocidade de entrega da mensagem com o servidor do Google e fez melhorias de compactação. O aplicativo permite a troca de dados tanto pelo celular quanto pelo tablet e o PC. Para usar no tablet é preciso antes fazer um cadastro pelo smartphone. Essa inscrição pode ser feita de qualquer aparelho para receber uma mensagem com um código do Telegram. “Os outros dispositivos funcionam como um plugin do serviço no celular”, explica.
Não há limite de tamanho de arquivos para serem enviados e até PDFs podem ser anexados. Há ainda a opção de mensagens autodestrutivas, tal qual o Snapchat (snapchat.com) – ponto positivo para o serviço. Erick ainda ostenta o sistema de segurança baseado na nuvem do Telegram, que usa protocoloco novo e criptografia eficaz.
Visualmente, ele lembra muito o WhatsApp, mas com tons verde e amarelo. “Estamos preparando surpresas. Pode ser que durante a Copa do Mundo a gente mude o visual”, conta Erick. O som de notificação é nostálgico, da geração ICQ, da qual o desenvolvedor fez parte. O ônus fica por conta dos irritantes banners de propaganda. Segundo o criador, as propagandas foram a melhor solução para que os usuários possam contribuir com o projeto, já que o aplicativo é gratuito. “Estou à procura de um investidor. Caso consiga, os banners podem ser removidos de vez”, promete.
Bater de frente?
Quando o assunto é Mark Zuckerberg, Erick Costa desconversa e garante que seu projeto não é concorrente do WhatsApp, agora em posse do criador do Facebook. “Chegaram até a me perguntar o que faria se o Facebook me processasse. Brinquei que ia achar sensacional. Mas eles não têm motivo jurídico e também acho que nem estão preocupados com isso. Eles têm milhões de usuários para se preocupar”, afirma. Ele prevê que o número de downloads do ZapZap deva chegar aos 100 mil em breve. Até o final de junho a versão iOS do app deve ser liberado. Depois a equipe parte para desenvolver o app para o Windows Phone. A Private Host, criadora do aplicativo brasileiro, também disponibilizou a versão ZapZap+, com custo de R$ 2,20. Ela promete trazer menos anúncios e ser mais leve.
Mensageiros
Além do popular WhatsApp, descubra outros serviços concorrentes à novidade brasileira:
» Telegram
O Telegram, de criação russa, está disponível para iOS e Android. O foco aqui, afirmam os criadores, é a segurança – baseada na nuvem – e a confidencialidade dos dados de seus usuários e das mensagens enviadas por eles. Além disso, como o aplicativo é baseado na nuvem, pode ser acessado por meio de smartphones, tablets e até mesmo computadores, além de aceitar o compartilhamento de qualquer tipo de arquivo.
telegram.org
» Viber
A plataforma permite que seus usuários façam ligações, enviem
mensagens de texto gratuitas, stickers, fotos e vídeos de forma ilimitada. Ainda, o Viber Out oferece chamadas de baixo custo para qualquer telefone do mundo. O aplicativo está disponível para dispositivos iOS, Android, Windows Phone, Blackberry, Symbian, Nokia S40 e Bada, além de versão desktop para Windows, Mac e Linux.
viber.com
» WeChat
O WeChat é um aplicativo chinês de conversação que funciona de
forma semelhante ao WhatsApp, o Viber e o Line. Ele permite o envio e recebimento de mensagens de texto, fotos, vídeos e sons. Também podem ser feitos chats ao vivo, seja em voz ou em vídeo, e em grupo. Disponível para iOs, Android e Windows Phone.
wechat.com/pt/
» Line
O Line é um serviço de troca de mensagens instantâneas para dispositivos móveis e computadores. De olho nos movimentos dos rivais, ele lançou um recurso que permite a realização de chamadas para telefones fixos e móveis. Para iOS e Android.
line.me/pt-BR/
Teste Estado de Minas
A logomarca do aplicativo – com um balão de conversa à la brasileira – desperta simpatia. O mesmo não se pode dizer do fundo de tela com o escudo da Confederação Brasileira de Futebol. Fica nacionalista demais. Entrar pela primeira vez é simples. Basta colocar o número do celular (com código de cidade), além de seu nome. O menu é intuitivo, especialmente por ser similar ao WhatsApp, aplicativo xodó de muitos brasileiros. Há um sistema de busca de contatos e ele já traz listados os seus amigos que baixaram o serviço. As gravações de voz funcionam perfeitamente. Anexos de documentos também estão ok. Os chats secretos trazem a opção do tempo de autodestruição e são uma mão na roda para quem precisa manter conversas secretas. A aba de configurações traz de forma clara a autorização para diversos recursos, como baixar fotos e áudio automaticamente e permitir animações. O problema do serviço se concentra nas propagandas e na base de usuários ainda iniciante. Há internautas compartilhando tutoriais para retirar a publicidade. A prática, apesar de eficaz, pode ser perigosa, pois instala ferramentas no celular sem passar pelo crivo do Google Play.
https://goo.gl/gb58wu