SÃO PAULO - A honra de dar o pontapé inicial na cerimônia de abertura da Copa do Mundo, na próxima quinta-feira, em São Paulo, caberá a um paraplégico que usará um traje robótico similar ao do personagem dos quadrinhos Homem de Ferro, e criado por um cientista brasileiro.
O médico brasileiro Miguel Nicolelis chefiou uma equipe internacional de 156 pesquisadores para criar um exoesqueleto futurista, desenvolvido para permitir que vítimas de paralisia possam andar.
Na próxima quinta-feira, na cerimônia de abertura da Copa do Mundo em São Paulo, um paraplégico cuja identidade tem sido mantida em sigilo, deixará para trás a cadeira de rodas para entrar no gramado usando o traje e dar o pontapé inicial do torneio.
Circuitos elétricos instalados nos "pés" do traje enviarão um sinal de retorno ao usuário através da pele artificial que cobrirá seu braço, transmitindo a sensação de movimento e contato.
"É a primeira vez que um exoesqueleto é controlado por atividade cerebral e oferece 'feedback' aos pacientes", declarou à AFP Nicolelis, neurocientista da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA).
"Fazer uma demonstração em um estádio é algo muito fora da nossa rotina na robótica. Nunca foi feito antes", prosseguiu o cientista.
Sua voz mistura cansaço e animação diante da proximidade do apogeu espetacular de 30 anos de trabalho, mais de 200 artigos científicos e incontáveis testes clínicos.
Nicolelis deu os primeiros passos nesta direção em 1984, quando redigiu sua tese de doutorado sobre conexões neurais no controle muscular.
Ele disse que a ideia de desenvolver o traje lhe ocorreu em 2002, quando os cientistas apenas começavam a explorar exoesqueletos robóticos.
"Em 2009, depois que soubemos que o Brasil sediaria a Copa do Mundo, eles me pediram ideias para mostrar o Brasil de uma forma diferente daquela que o mundo costuma vê-lo. Foi quando eu sugeri fazer uma demonstração científica para mostrar às pessoas que o Brasil está investindo e tem potencial humano para fazer coisas além do futebol", afirmou.
Nicolelis contou que ele e uma equipe com mais de 40 pessoas mal têm deixado o laboratório desde março, quando chegaram a São Paulo, para finalizar os preparativos da demonstração.
Mas o sacrifício é compensador, afirmou, lembrando um momento, em 24 de abril, em que um usuário com paralisia deu os primeiros passos usando o exoesqueleto.
Eles batizaram o traje com o nome de BRA-Santos Dumont, uma combinação das três primeiras letras usadas para identificar o Brasil em competições esportivas e Alberto Santos Dumont, o pai da aviação brasileira.
Controvérsia científica
Alguns cientistas criticaram Nicolelis por trocar as publicações acadêmicas pelos meios de comunicação de massa - ele publica atualizações de suas pesquisas no Facebook - e o anonimato do laboratório pelos holofotes da Copa do Mundo.
Os críticos também questionam a natureza prática de sua pesquisa e o acusaram de abocanhar uma parte injusta do orçamento de pesquisas do governo brasileiro. Mas Nicolelis rechaçou estas críticas.
"O financiamento é o mesmo, com ou sem Copa do Mundo. Nós recebemos US$ 14 milhões do governo brasileiro nos dois últimos anos. Isto é, aproximadamente, quatro ou cinco vezes menos do que o governo dos Estados Unidos investe em um braço mecânico", afirmou.
"Eu não vejo nada de errado em demonstrar para o mundo todo uma tecnologia que tem um objetivo humanitário e que foi pago pela sociedade civil", acrescentou.
Mais de 65 mil pessoas testemunharão, na Arena Corinthians, em São Paulo, os primeiros passos de BRA-Santos Dumont em público, antes da partida inaugural da Copa, entre Brasil e Croácia. Cerca de um bilhão de telespectadores devem assistir ao feito pela TV.
O médico brasileiro Miguel Nicolelis chefiou uma equipe internacional de 156 pesquisadores para criar um exoesqueleto futurista, desenvolvido para permitir que vítimas de paralisia possam andar.
Na próxima quinta-feira, na cerimônia de abertura da Copa do Mundo em São Paulo, um paraplégico cuja identidade tem sido mantida em sigilo, deixará para trás a cadeira de rodas para entrar no gramado usando o traje e dar o pontapé inicial do torneio.
Circuitos elétricos instalados nos "pés" do traje enviarão um sinal de retorno ao usuário através da pele artificial que cobrirá seu braço, transmitindo a sensação de movimento e contato.
"É a primeira vez que um exoesqueleto é controlado por atividade cerebral e oferece 'feedback' aos pacientes", declarou à AFP Nicolelis, neurocientista da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA).
"Fazer uma demonstração em um estádio é algo muito fora da nossa rotina na robótica. Nunca foi feito antes", prosseguiu o cientista.
Sua voz mistura cansaço e animação diante da proximidade do apogeu espetacular de 30 anos de trabalho, mais de 200 artigos científicos e incontáveis testes clínicos.
Nicolelis deu os primeiros passos nesta direção em 1984, quando redigiu sua tese de doutorado sobre conexões neurais no controle muscular.
Ele disse que a ideia de desenvolver o traje lhe ocorreu em 2002, quando os cientistas apenas começavam a explorar exoesqueletos robóticos.
"Em 2009, depois que soubemos que o Brasil sediaria a Copa do Mundo, eles me pediram ideias para mostrar o Brasil de uma forma diferente daquela que o mundo costuma vê-lo. Foi quando eu sugeri fazer uma demonstração científica para mostrar às pessoas que o Brasil está investindo e tem potencial humano para fazer coisas além do futebol", afirmou.
Nicolelis contou que ele e uma equipe com mais de 40 pessoas mal têm deixado o laboratório desde março, quando chegaram a São Paulo, para finalizar os preparativos da demonstração.
Mas o sacrifício é compensador, afirmou, lembrando um momento, em 24 de abril, em que um usuário com paralisia deu os primeiros passos usando o exoesqueleto.
Eles batizaram o traje com o nome de BRA-Santos Dumont, uma combinação das três primeiras letras usadas para identificar o Brasil em competições esportivas e Alberto Santos Dumont, o pai da aviação brasileira.
Controvérsia científica
Alguns cientistas criticaram Nicolelis por trocar as publicações acadêmicas pelos meios de comunicação de massa - ele publica atualizações de suas pesquisas no Facebook - e o anonimato do laboratório pelos holofotes da Copa do Mundo.
Os críticos também questionam a natureza prática de sua pesquisa e o acusaram de abocanhar uma parte injusta do orçamento de pesquisas do governo brasileiro. Mas Nicolelis rechaçou estas críticas.
"O financiamento é o mesmo, com ou sem Copa do Mundo. Nós recebemos US$ 14 milhões do governo brasileiro nos dois últimos anos. Isto é, aproximadamente, quatro ou cinco vezes menos do que o governo dos Estados Unidos investe em um braço mecânico", afirmou.
"Eu não vejo nada de errado em demonstrar para o mundo todo uma tecnologia que tem um objetivo humanitário e que foi pago pela sociedade civil", acrescentou.
Mais de 65 mil pessoas testemunharão, na Arena Corinthians, em São Paulo, os primeiros passos de BRA-Santos Dumont em público, antes da partida inaugural da Copa, entre Brasil e Croácia. Cerca de um bilhão de telespectadores devem assistir ao feito pela TV.
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