O poraquê, também conhecido como peixe-elétrico, produz descargas de até 600 volts, suficientes para matar um cavalo adulto.
De acordo com o autor, Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt (Estados Unidos), o poraquê produz diferentes tipos de descargas elétricas. Algumas delas, de baixa voltagem, funcionam como sensores do ambiente para auxiliar na navegação, já que o peixe-elétrico enxerga mal. Mas as descargas de alta voltagem servem tanto para localizar a presa, quanto para incapacitar sua fuga. Segundo Catania, o recurso utilizado pelo poraquê funciona de forma semelhante a um "teaser" - arma não letal que usa descargas de alta tensão para imobilização. "É incrível a semelhança entre a descarga elétrica do peixe-elétrico e um teaser. A diferença é que o teaser emite 19 pulsos de alta voltagem por segundo, enquanto o peixe-elétrico produz 400", disse Catânia.
Para os experimentos, o cientista colocou diversos poraquês em um grande aquário equipado com um sistema capaz de detectar os sinais elétricos dos animais.
Além das descargas de baixa voltagem usadas para perceber o entorno, os animais produziam curtas sequências de dois ou três pulsos de alta voltagem, que duram poucos milissegundos. O cientista verificou que esses pulsos eram usados na caçada: ao passar perto de um peixe oculto, os pulsos fazem a presa ter uma convulsão que denuncia sua posição - já que o poraquê é eficaz na detecção de movimentos. Nesse momento, o poraquê lança uma descarga de alta voltagem, com duração de 10 a 15 milissegundos, que paralisa completamente a presa por três ou quatro milissegundos - o suficiente para ser abocanhada pelo rápido caçador elétrico.
Segundo Catania, os pulsos duplos ou triplos correspondem ao sinal enviado pelos neurônios motores do peixe aos seus músculos para contraí-los. "Normalmente, nenhum animal consegue contrair todos os músculos do seu corpo ao mesmo tempo. Mas é exatamente o que o peixe-elétrico causa com esse sinal. Ele usa seu sistema elétrico para controlar o corpo da presa", declarou Catania. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..