O sueco Tomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco-americano Aziz Sancar foram anunciados como os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2015 por suas pesquisas sobre o mecanismo de reparação do DNA, o que pode conduzir a novos tratamentos contra o câncer.
Os três foram premiados por terem "mapeado, a nível molecular, como as células reparam um DNA danificado e preservam a informação genética", o que pode ajudar a "desenvolver novos tratamentos contra o câncer", destacou o júri do Comitê Nobel.
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Lindahl, de 77 anos, estudou em seu país, mas atualmente trabalha na Grã-Bretanha, no Francis Crick Institute de Londres. "Foi uma surpresa. Sei que após vários anos fui considerado para o prêmio, mass assim como outras centenas de cientistas", afirmou por telefone ao ser contactado pelo júri.
Modrich, nascido em 1946, e que obteve um Doutorado em Stanford (Califórnia), trabalha como pesquisador no Howard Hughes Medical Institute, perto de Washington, e é professor de Bioquímica na Universidade de Duke (Carolina do Norte).
Cada vencedor receberá um terço do prêmio de 8 milhões de coroas suecas (860.000 euros, 950.000 dólares).
Confira a lista dos premiados nos últimos 10 anos com o Prêmio Nobel de Química
2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar (EUA/Turquia) por seus trabalhos sobre o mecanismo de reparação do DNA, que pode conduzir a novos tratamentos contra o câncer.
2014: Eric Betzig, William Moerner (Estados Unidos) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento da microscopia fluorescente de alta resolução.
2013: Martin Karplus (Estados Unidos/Áustria), Michael Levitt (Estados Unidos/Reino Unido) e Arieh Warshel (Estados Unidos/Israel), pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.
2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (Estados Unidos) por seus trabalhos sobre receptores que permitem às células compreender seu entorno, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.
2011: Daniel Shechtman (Israel), pela descoberta da existência de um novo tipo de material, os "quase-cristais".
2010: Richard Heck (Estados Unidos), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão), pela criação de uma das ferramentas mais sofisticadas da química, que abre o caminho para tratamentos contra o câncer e produtos eletrônicos e plásticos revolucionários.
2009: Venkatraman Ramakrishnan, Thomas Steitz (Estados Unidos) e Ada Yonath (Israel), por estudos sobre os ribossomos, que permitem criar novos antibióticos.
2008: Roger Tsien, Martin Chalfie (Estados Unidos) e Osamu Shimomura (Japão), por suas pesquisas sobre as proteínas fluorescentes, cujas aplicações permitem detectar tumores cancerosos.
2007: Gerhard Ertl (Alemanha), pela pesquisa sobre os catalisadores utilizados em diferentes setores industriais, dos fertilizantes até os tubos de escapamento.
2006: Roger Kornberg (Estados Unidos), por pesquisas fundamentais sobre a transcrição dos genes.
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