Rio de Janeiro* - A última fronteira de segurança e conveniência para difundir o uso do celular como carteira de pagamento parece ter encontrado um empurrãozinho definitivo no reconhecimento de íris. A novidade tecnológica, que tomou cinco anos de trabalho de técnicos em desenvolvimento da Samsung, é a aposta da empresa. Nesta terça-feira, a gigante sul-coreana mostrou o recurso, no lançamento do smartphone Galaxy Note 7, enquanto, do lado de fora, pintores ainda trabalhavam nos retoques finais do grande estúdio com design futurista, no Parque Olímpico, na capital fluminense.
Comunicada em evento global no Rio alinhado às unidades de Londres e Nova York, a escolha da Samsung reafirma o caminho apontado por americanos da Microsoft e chineses da ZTE, que já apresentaram aparelhos com o recurso.
"É 200% mais seguro que a biometria digital: a chance de dar um falso positivo é 200 vezes menor, porque diferentemente das pontas dos dedos, nossa íris não muda com o tempo. A partir da adolescência, aquele desenho torna-se definitivo", explica Renato Citrini, gerente senior de produtos da Samsung Brasil.
O pagamento atrelado à nova ferramenta vai funcionar no Parque Olímpico, durante os jogos da Rio 2016, que têm a abertura marcada para esta sexta. O Estado de Minas testou a operação, que se mostrou realmente simplificada. O consumidor deve acessar o aplicativo onde cadastrou previamente seus cartões de crédito, o Samsung Pay.
Então, deve escolher se entra com senha ou com o scanner de íris. Ao optar por essa última possibilidade, o usuário deve fazer uma selfie, para encaixar os olhos no local indicado. É preciso estender bastante o braço para conseguir o enquadramento e isso pode ser desconfortável para algumas pessoas.
Uma vez que o telefone fez o reconhecimento, abre-se a possibilidade do pareamento ao aproximar o aparelho de telefone à maquininha de pagamento. O celular vibra, a máquina aprova a transação e imprime os comprovantes, da maneira tradicional.
Ao experimentar a novidade, fica a sensação de que chegou mesmo o futuro imaginado no segundo episódio da franquia StarTrek, em 1982, quando personagens acessavam arquivos secretos em computadores usando o scanner de retina. Daí à difusão da tecnologia no cotidiano, contudo, falta um bom caminho.
"Globalmente já temos parcerias com grandes bancos como o Citybank para dispor do recurso em substituição à senha de acesso nos aplicativos de mobile bank. No Brasil, ainda não", diz Cintrini. Este é um problema, o outro é o preço do aparelho. Como o Note7, que inclui mova versão da SPen também à prova d'água, é um aparelho de ponta, estará disponivel a partir da primeira quinzena de setembro no Brasil, com preço sugerido de R$ 4,3 mil. A pré-venda começa em 22 de agosto.
(* O jornalista viajou a convite da Samsung)