Campanhas que incentivem a redução do consumo de sal podem reduzir consideravelmente as mortes causadas por complicações cardíacas, ressaltam cientistas americanos e ingleses em um estudo divulgado na última edição da revista British Medical Journal (BMJ).
“Sabemos que o excesso de sal na dieta causa centenas de milhares de mortes cardiovasculares a cada ano. A questão principal é como reduzir o consumo de sal e quanto esse esforço custaria”, explicou, em comunicado, Dariush Mozaffarian, pesquisador da Escola de Ciências e Política de Nutrição da Universidade de Tufts, em Boston (EUA), um dos participantes do estudo. A equipe considerou na projeção ações governamentais que combinassem acordos com a indústria alimentar e a educação pública e usou dados de 2010 com relação à ingestão de sódio, os níveis de pressão arterial, os efeitos da hipertensão sobre as doenças cardiovasculares, entre outros quesitos.
Os dados foram combinados com o auxílio de uma ferramenta da Organização Mundial da Saúde (OMS) usada como base em campanhas de combate a doenças não transmissíveis, incluindo gastos com recursos humanos, treinamento, reuniões, suprimentos, equipamentos e campanhas de comunicação. Dos 5,8 milhões de anos que seriam salvos, 42% estariam ligados a doença cardíaca coronária; 40% a acidente vascular cerebral; e 18% aos outros tipos de complicações cardiovasculares.
Para os autores, os resultados mostram que a adoção de uma política de redução do sódio pode ser mais estratégica que muitas intervenções médicas.“Descobrimos que um plano nacional apoiado pelo governo para reduzir o sal seria rentável em quase todos os países”, destacou, também em comunicado, Michael Webb, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade de Stanford. A OMS recomenta que a ingestão de sódio seja de no máximo 2g por dia. O valor é praticamente o que existe em um pacote de macarrão instantâneo..