A Amazon, gigante americana do comércio eletrônico, que desde janeiro de 2019 vem investindo pesado na venda on-line de uma infinidade de produtos do seu próprio estoque – mais de 120 mil, de fraldas a itens para pets, além de livros –, aponta dificuldade de contratação rápida de trabalhadores como um grande obstáculo ao avanço da operação no país.
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A maioria das vagas oferecidas é para funções corriqueiras, como vendas, publicidade, gerenciamento de contas, por exemplo. Szapiro explicou que a dificuldade é encontrar mão de obra qualificada que preencha o perfil exigido, como falar inglês, por exemplo, e, acima de tudo, ter foco no cliente, a principal obsessão da varejista on-line, que passou a apostar também nos serviços de streaming, oferecendo filmes e séries populares a assinantes.
Como está o desempenho da Amazon no país após lançar a venda de itens do próprio estoque e o Prime (serviço de streaming com direito a frete grátis)?
As vendas estão acima das expectativas e superaram muito a meta. Na história da empresa, o Brasil foi o país que mais cresceu, nos primeiros seis meses, o número de assinantes do Prime.
O que levou a esse crescimento mais rápido?
O valor. Quando o Prime foi lançado nos Estados Unidos, 15 anos atrás, o serviço não tinha todos esses benefícios. Eles foram se desenvolvendo ao longo do tempo. Primeiro foi a entrega gratuita das compras, depois vídeo e música. Cada país tem suas nuances e preços diferentes. Não lançamos o Prime olhando outros países, olhamos para o Brasil.
O desempenho mais lento da economia influencia os planos?
Não mudamos decisões com base em questões macroeconômicas. O Brasil é cíclico. Se tomamos uma decisão baseada na macroeconomia, certamente estaremos tomando uma decisão de curto prazo. Quando traçamos uma linha entre os altos e baixos, geralmente essa linha é positiva. Trabalhamos com esse cenário.
Qual o grande obstáculo para o avanço da Amazon no país?
Contratar mais rápido. Temos mais de 200 posições em aberto. A dificuldade é encontrar mão de obra qualificada que preencha o nosso perfil.
As vagas não preenchidas são para funções muito específicas?
Não. São para funções de marketing, vendas, comercial, fiscal, por exemplo.
Há contradição entre ter 12 milhões de desempregados e a Amazon apontar a falta de mão de obra como um problema?
Não acho. Nossa barra para contratação é muito alta. Para trabalhar na Amazon é preciso falar inglês, por exemplo, ter o perfil da empresa. O nosso princípio "número um" é a obsessão pelo cliente.