O Facebook anunciou nesta quarta-feira (26/5) que desmantelou mais de 150 operações de manipulação da opinião pública desde 2017 e nomeou a Rússia como a maior fonte deste tipo de campanha enganosa, que tem como objetivo influenciar certos usuários para obter ganhos políticos, ou financeiros.
Leia Mais
Whatsapp oferece opção 'acelerar' áudioMicrosoft anuncia o adeus final ao Internet ExplorerMáscaras descartáveis viram matéria-prima para pavimentar estradasWhatsApp testa ferramenta para melhorar a qualidade das fotos enviadasO app espião que ajudou o FBI a desbaratar rede criminosa internacionalSites de veículos de comunicação e de alguns governos ficam inacessíveisAs operações de comportamento enganoso coordenado (coordinated inauthentic behavior, CIB) se multiplicaram há cinco anos, quando uma campanha russa desenvolvida para manipular os eleitores americanos revelou o potencial da plataforma para atores sem escrúpulos.
Desde então, este gigante da tecnologia investiu muito em recursos humanos e sistemas automatizados. Também estabeleceu alianças com seus vizinhos californianos e as autoridades. Isso foi suficiente para obrigar os grupos responsáveis por essas operações a adaptarem suas táticas.
"Eles buscam permanecer indetectáveis aos radares", disse o diretor de regulamentos de segurança do Facebook, Nathaniel Gleicher, em coletiva de imprensa sobre um relatório apresentado por sua equipe nesta quarta-feira.
Ao se tornarem mais discretos, os atores maliciosos também possuem um impacto mais limitado.
O Facebook destaca ainda que as campanhas de influência confundem os limites entre manipulação e liberdade de expressão.
"Ultrapassam os limites do comportamento aceitável on-line", afirmou Gleicher.
A rede social estima que os grupos especializados nessas manobras continuarão aproveitando crises e momentos de incerteza, como a pandemia, ou as eleições, para ampliarem as divisões.
"Nós detectamos e eliminamos campanhas de influência que tentaram recrutar pessoas para publicar conteúdo falsamente autêntico, sem que essas pessoas soubessem", diz o relatório.
"Também vimos vozes genuínas, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, promovendo informação falsa amplificada por operações de vários países, como Rússia e Irã", completa o informe.
A Rússia esteve por trás de 27 das 150 campanhas encontradas, orquestradas em cerca de 50 países. O Irã ocupa o segundo lugar, com 23 operações.
Os Estados Unidos são o país que mais serviu como alvo, seja por grupos sofisticados financiados por Estados, por adeptos das teorias da conspiração, ou por líderes políticos marginais.