Um doutorando do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) defende que o Twitter passe a incluir cientistas nos seus critérios de notabilidade para conseguir o selo azul da plataforma, o que garante que aquela conta é verificada.
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- contas de governo,
- empresas,
- marcas e organizações,
- organizações de notícias e jornalistas,
- entretenimento,
- esportes e ativistas,
- organizadores e outros indivíduos influentes
Porém, segundo Cássio Cardoso Pereira, falta uma que enquadre os cientistas, “tão importantes na disseminação do conhecimento, principalmente na pandemia de COVID-19, já que representam uma voz confiável contra as fake news”, afirma.
Em recente publicação na revista Nature, Cássio destaca a importância da inclusão desses profissionais nos critérios de notabilidade da plataforma.
“Fora das categorias elegíveis, eles acabam perdendo sua voz no Twitter. Esse problema ocorre porque a maioria dos cientistas não é conhecida do grande público. Diferentemente de políticos, jornalistas e membros de outras categorias que podem comprovar a carreira (por e-mail oficial, site, notícias etc.), para obter a legitimidade da conta, o cientista só pode conseguir o selo azul se tiver um engajamento semelhante a um influenciador ou celebridade.”
O pesquisador acredita que deixar os cientistas de fora das categorias elegíveis, considerando o grande poder e alcance da plataforma, é um erro que precisa ser corrigido.
“A inclusão nos critérios de notabilidade será relevante para muitos cientistas que usam o Twitter e divulgam suas descobertas, pois pode auxiliar principalmente no combate às fake news, ainda mais nos tempos sombrios que vivemos, com tanto ódio pela ciência e pelas vacinas disseminado por grupos extremistas ao redor do mundo.”
Voz silenciada e pouco alcance
Cássio afirma que as contas falsas, os disparos de robôs e pessoas maliciosas que postam falsas afirmações sobre ciência silenciam a voz dos cientistas, “que pouco alcança o público leigo em geral por não ter o selo de legitimidade nessa mídia social. Isso prejudica muito a validação das informações pela população.”
“Estamos planejando introduzir, ainda neste ano, mais categorias elegíveis à nossa política de verificação, como cientistas, acadêmicos e líderes religiosos. Continuaremos avaliando outras categorias”, afirma a conta oficial do Twitter, quando questionada sobre a falta de inclusão de outras categorias.
Cássio Cardoso Pereira é doutorando em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre na UFMG.