O que acontece quando várias abelhas macho envolvem uma única fêmea na tentativa de acasalar? Quem sairá vencedor dessa disputa?
Esta imagem notável, capturada por Karine Aigner, é a grande vencedora do concurso "Wildlife Photographer of the Year" (Fotógrafo de Natureza do Ano, em tradução livre) de 2022.
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Trata-se de uma imagem bastante técnica. Captá-la exigiu o uso de uma lente específica, capaz de chegar bem perto do centro da ação.
"Eu tive que passar um bom tempo de barriga para baixo na terra", relatou Aigner.
A americana é apenas a quinta mulher a ganhar o prêmio principal nos 58 anos em que ele é oferecido.
"[A foto] Não era algo que eu estava procurando. Eu trabalho em um rancho no sul do Texas, nos Estados Unidos, há anos, e acabei de encontrar este local. Ali, vi todos esses pequenos 'vulcões' no chão — as tocas individuais cavadas pelas fêmeas para fazer os ninhos", contou à BBC News.
Essas abelhas da espécie Diadasia rinconis vivem em torno de cactos. As fêmeas coletam pólen, que moldam em pequenas bolas e armazenam em câmaras no solo. Esse material servirá de sustento às larvas até que elas possam emergir como adultas e continuar o ciclo reprodutivo."A foto é fabulosa e tem muita energia. É uma imagem de 'comportamento' adequada. É isso que você obtém de invertebrados e é por isso que eu os amo", avaliou Roz Kidman Cox, que preside os juízes do WPY, sigla da premiação.
O Jovem Fotógrafo da Vida Selvagem do Ano de 2022 é Katanyou Wuttichaitanakorn, da Tailândia.
A postulação vencedora do jovem de 16 anos revela dos detalhes de uma baleia-de-bryde e as placas de barbatana na boca dela, que são usadas para filtrar alimentos.
É possível ver uma sardinha voando pelo ar, que tenta escapar antes de ser engolida pelo grande cetáceo.
"De alguma forma, a sardinha pulou no barco", relatou Wuttichaitanakorn.
"Tive sorte. Cheguei perto e a baleia ficou acima da água por cerca de um minuto."
O WPY é uma das competições mais prestigiadas do gênero na fotografia mundial.
Iniciado em 1964 pela revista BBC Wildlife, o concurso é agora organizado pelo Museu de História Natural de Londres.
O evento deste ano atraiu mais de 38 mil inscrições, vindas de 93 países.
Confira a seguir alguns dos vencedores das categorias.
'A Morte de Ndakasi', por Brent Stirton (África do Sul)
Brent Stirton é conhecido por fazer fotojornalismo, pelo qual ele é o vencedor da categoria no WPY neste ano. Sua foto mostra o fim da vida de Ndakasi, uma gorila-das-montanhas que foi resgatada aos dois meses de idade depois de sua família ser brutalmente assassinada por uma poderosa máfia do carvão no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. Ndakasi está nos braços de seu socorrista e cuidador, Andre Bauma.
'Flamingos Celestes', por Junji Takasago (Japão)
Esses flamingos foram retratados no Salar de Uyuni, a maior salina do mundo. Trata-se também de uma das maiores minas de lítio da Bolívia — o que inclusive ameaça o futuro dos flamingos na região. O fotógrafo japonês Junji Takasago passou mal na viagem para capturar esta imagem, mas seu desconforto rendeu o prêmio na categoria "Arte Natural".
'A Morte do Lago', por Daniel Núñez (Guatemala)
O cenário pode até parecer colorido, mas esta não é uma cena saudável. Daniel Núñez usou um drone para capturar o contraste entre a floresta e o crescimento de algas na beira do Lago Amatitlán, na Guatemala. As cianobactérias que vivem ali cresceram por causa da presença de poluentes, como o esgoto que vem da Cidade da Guatemala. A imagem ganhou a categoria "Quadro Geral".
'Estrela Cadente', por Tony Wu (EUA/Japão)
Tony Wu captou essa cena na costa do Japão. Ela mostra uma estrela-do-mar gigante no momento em que o animal faz a desova. O equinodermo está movendo os braços e balançando seu corpo, talvez para arrastar óvulos e espermatozoides para as correntes, onde a fecundação vai acontecer. A imagem ganhou a categoria "Debaixo d´Água" do WPY.
'A Arrebatadora de Morcegos', por Fernando Constantino Martínez Belmar (México)
Fernando Constantino Martínez Belmar tirou esta foto em um local conhecido como Caverna das Cobras Penduradas, no México. Ao anoitecer, milhares de morcegos saem da caverna para procurar insetos. Enquanto eles partem, as cobras-rato ficam penduradas nas paredes da caverna, com o objetivo de garantir a refeição do dia. A imagem foi a campeã na categoria "Comportamento: Anfíbios e Répteis".
'A Casa dos Ursos', por Dmitry Kokh (Rússia)
Dimitry Kokh tirou esta foto na Ilha Kolyuchin, que fica no Mar de Chukchi, próximo ao Ártico. Os ursos polares compõem uma cena assustadora na neblina que paira sobre os prédios abandonados. O iate de Kokh estava na ilha para se abrigar de uma tempestade. Ele usou um pequeno drone para se aproximar dos predadores. A imagem ganhou a categoria "Vida Selvagem Urbana".
A exposição anual dedicada à competição WPY será inaugurada no Museu de História Natural de Londres na sexta-feira (14/10).
Como nos anos anteriores, as fotografias também farão uma turnê pelo Reino Unido e por 10 países em todo o mundo.
As inscrições para a 59ª edição do prêmio serão aceitas a partir de segunda-feira (17/10).
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