O Twitter confirmou planos de permitir que usuários comprem o status de conta verificada na plataforma.
Em uma atualização para dispositivos da Apple, a empresa disse que o recurso estaria aberto, em certos países, para usuários que decidam se inscrever no serviço Twitter Blue por US$ 7,99 por mês (o que hoje corresponde a cerca de R$ 40).
O Brasil não está na lista de países onde essa venda deve ser oferecida inicialmente e ainda não há informações sobre o que acontecerá com perfis que já têm o selo de verificação (entenda mais abaixo).
A mudança de política é controversa, em meio a preocupações de que a plataforma poderia ser inundada com contas falsas.
A decisão vem depois da aquisição do Twitter por Elon Musk, que na sexta-feira (4/11) demitiu cerca de metade da força de trabalho da empresa.
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Esse selo de verificação tem sido usado como um sinal de que um perfil é autêntico e é uma ferramenta fundamental para ajudar os usuários a identificar informações confiáveis %u200B%u200Bna plataforma.
A mudança de política alimenta preocupações de que qualquer usuário disposto a pagar uma taxa mensal possa se passar por políticos, celebridades ou jornalistas.
Musk, a pessoa mais rica do mundo, parece estar procurando diversificar a renda do Twitter, após sua aquisição da empresa em um acordo de US$ 44 bilhões.
Na sexta-feira, o bilionário disse que o Twitter estava perdendo mais de US$ 4 milhões por dia, insistindo que isso não lhe dava "escolha" em relação a demitir cerca de metade dos 7.500 funcionários da empresa.
Os cortes - assim como a defesa feroz de Musk pela liberdade de expressão - causaram especulações de que o Twitter poderia diminuir seus esforços de moderação de conteúdo.
No entanto, Musk insistiu que a posição da empresa em relação a material considerado nocivo permanece "absolutamente inalterada".
No sábado (5/11), um alto funcionário das Nações Unidas, o comissário de direitos humanos Volker Türk, exortou Musk a "garantir que os direitos humanos sejam centrais para o gerenciamento do Twitter".
%u200B%u200BA intervenção incomum da ONU apontou para a demissão de toda a equipe de direitos humanos do Twitter, dizendo que este "não foi um começo encorajador" sob o comand de Musk.
Não houve resposta imediata do Twitter.
Poucos detalhes foram divulgados em relação à mudança na política de verificação. A atualização do Twitter disse que as mudanças se aplicariam inicialmente apenas ao Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Uma série de tuítes do próprio Musk sugeriu que as mudanças seriam lançadas em todo o mundo depois de serem observadas nos primeiros países.
Não ficou claro o que aconteceria com os perfis que já tinham uma marca azul - ou se o Twitter ainda planejava "verificar" um usuário além de cobrar uma assinatura.
Respondendo a um usuário que perguntou o que aconteceria com os perfis verificados existentes, Musk disse que o cronograma para as mudanças a serem implementadas era de "alguns meses".
Respondendo a outra pergunta sobre o risco de os usuários fingirem ser figuras conhecidas, ele disse que o Twitter "suspenderia a conta tentando se passar por identidade e continuaria com o dinheiro".
Antecipando outras mudanças futuras, Musk disse que o Twitter em breve permitirá que os usuários anexem textos longos aos tweets, "terminando com o absurdo das capturas de tela do bloco de notas".
No sábado, o cofundador e ex-CEO do Twitter Jack Dorsey abordou as demissões em massa, pedindo desculpas aos funcionários pelo que havia acontecido em sua antiga empresa.
Dorsey, que deixou o cargo de CEO em novembro e deixou o conselho de administração em maio, disse estar ciente de que a equipe do Twitter estava "com raiva" dele.
"Assumo a responsabilidade de todos estarem nesta situação: eu aumentei o tamanho da empresa muito rapidamente. Peço desculpas por isso."
Dorsey pareceu endossar a necessidade de demissões. No início deste ano, ele expressou apoio à aquisição de Musk.
Uma série de grandes marcas interromperam os gastos com publicidade no Twitter nos últimos dias em meio à turbulência da empresa.
Musk tem procurado diminuir a dependência da plataforma de anúncios - e a atualização feita no sábado também prometeu "metade dos anúncios".
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63533477