Pesquisadores da Microsoft se surpreenderam ao testar um novo sistema de inteligência artificial (IA) chamado GPT-4 no ano passado. O experimento consistia em resolver um quebra-cabeça que exigia compreensão do mundo físico: empilhar objetos como um livro, nove ovos, um laptop, uma garrafa e um prego de maneira estável. A IA apresentou uma solução engenhosa, levando os cientistas a questionarem se estaria diante de um novo tipo de inteligência.





Em março, a equipe publicou um artigo de 155 páginas no qual argumenta que o sistema GPT-4 representa um passo em direção à inteligência artificial geral (AGI), capaz de realizar qualquer tarefa cognitiva humana. A Microsoft é a primeira grande empresa de tecnologia a fazer tal afirmação, provocando um acalorado debate no setor.
 
 

O artigo, intitulado 'Centelhas de AGI', explorou a possibilidade de construir uma máquina com habilidades semelhantes ou superiores ao cérebro humano, o que poderia revolucionar o mundo, mas também trazer perigos. A discussão sobre AGI, no entanto, é complexa e pode até prejudicar a reputação de um cientista da computação.

O GPT-4, desenvolvido pela OpenAI, é considerado o mais avançado entre os modelos de linguagem (LLMs) existentes, que aprendem a gerar textos próprios ao analisar grandes quantidades de texto digital. A Microsoft é parceira próxima da OpenAI e investiu US$ 13 bilhões na empresa.





Dirigido por Sébastien Bubeck, o estudo documentou comportamentos complexos exibidos pelo GPT-4, como gerar provas matemáticas com rimas, desenhar unicórnios usando linguagem de programação e redigir cartas de apoio em diferentes vozes literárias. Tais habilidades demonstrariam 'compreensão profunda e flexível' de conceitos e habilidades humanas.

Porém, alguns especialistas veem o artigo como uma tentativa oportunista de fazer afirmações sobre uma tecnologia pouco compreendida. Outros argumentam que a AGI requer familiaridade com o mundo físico, algo que o GPT-4 teoricamente não possui.

Apesar das divergências, a Microsoft reestruturou parte de seus laboratórios de pesquisa para explorar a ideia de AGI e continua a investigar o potencial destes sistemas de IA. A questão sobre quão perto estamos de alcançar a inteligência artificial geral permanece em aberto.

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