A Netflix anunciou que passará a cobrar pelo compartilhamento de senha no Brasil, gerando reclamações e dúvidas por parte dos usuários nas redes sociais.

 

Na noite desta terça-feira (23/05), o serviço de streaming informou por meio de sua conta oficial no Twitter que "a Netflix Brasil passará a cobrar R$12,90 por cada assinatura fora da residência".





 

"Sua conta deve ser usada por uma única residência. As pessoas que moram nesta mesma residência podem usar a Netflix onde quiserem, seja em casa ou fora de casa."

 

Leia: Netflix anuncia taxa extra para compartilhamento de contas no Brasil 

 

A empresa havia anunciado que tomaria tal decisão, mas sem definir prazo para que ela fosse implementada.

 

Ela vem na esteira do que já aconteceu em outros países, como Chile, Costa Rica, Peru e Argentina, entre outros.

Então, o que muda?

 

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Confira abaixo perguntas e respostas.

Com quem posso compartilhar minha senha do Netflix?

Até agora, qualquer assinante poderia ceder sua senha para outra pessoa.

 

O único entrave ao compartilhamento era o limite máximo de aparelhos ligados simultaneamente — ou seja, no plano Premium (R$ 55,90), o mais caro, só quatro dispositivos poderiam acessar a plataforma ao mesmo tempo.





 

As regras sobre os dispositivos permanecem, mas a Netflix vai passar a controlar onde é que estão os dispositivos acessando cada conta.

 

Você vai poder compartilhar sua senha do Netflix com qualquer pessoa que more na mesma casa.

 

Para simplificar, vamos usar como exemplo uma conta Premium, que permite assistir e baixar séries e filmes em quatro aparelhos compatíveis de cada vez - utilizada por muitas famílias no Brasil.

 

Se os membros dessa família moram na mesma casa, continuam podendo entrar Netflix e acessar seu próprio perfil sem nenhum problema.

 

Para isso, será preciso definir uma "localização principal", ou seja, a casa à qual a conta está associada.

 

Para o uso regular em outras localizações, será preciso adquirir um ponto extra (com limite de 1 assinante extra para o plano Padrão e 2 assinantes extras para o plano Premium).





Como as regras anti-compartilhamento de senha vão ser implementadas?

Ainda não está claro, mas parece que a Netflix vai exigir que você verifique seu dispositivo se estiver conectado fora de sua casa.

 

Em sua seção Centro de Assistência no site, o serviço de streaming diz que: "Se quiser assistir à Netflix em aparelhos conectados a redes Wi-Fi que usam outros provedores de internet ou têm endereços IP diferentes, talvez seja necessário confirmar que o aparelho faz parte da sua residência Netflix. Para definir ou alterar sua residência Netflix, utilize um aparelho conectado à sua conexão com a internet preferida ou mais utilizada".

 

A Netflix pode fazer isso rastreando endereços IP, IDs de aparelhos e atividade da conta "para determinar se um aparelho conectado à conta faz parte da sua residência Netflix".

 

O processo não deve ser muito complicado: o titular da conta principal receberá "um link de verificação será enviado para o e-mail ou celular da conta" que deve ser inserido no dispositivo em 15 minutos.

 

Se expirar, você pode solicitar um novo código e, uma vez inserido, pode usar esse dispositivo para assistir à Netflix — exatamente como funciona a autenticação de dois fatores como Facebook, WhatsApp e Twitter.





 

Isso não libera o dispositivo para uso futuro e "a verificação do dispositivo pode ser necessária periodicamente".

Quanto vai custar a taxa de compartilhamento de senha da Netflix?

Segundo o comunicado da Netflix, para todos os assinantes que estão compartilhando sua conta com pessoas fora de casa, há duas maneiras de fazer isso no futuro:


  • Transferir um perfil, o que significa que qualquer pessoa em sua conta que não mora na sua casa pode transferir seu perfil Netflix para uma nova conta e começar a pagar a taxa de assinatura regular;


  • Adquirir um acesso de assinante extra, o que significa que você pode compartilhar sua conta com alguém que não mora com você por R$ 12,90 por mês (por assinante extra).

No momento, a Netflix oferece quatro planos de assinatura, com mensalidades diferentes que vão de R$ 18,90 a R$ 55,90 no Brasil.

 

A opção para adquirir um acesso de assinante extra só será possível nos planos Padrão (2 telas simultâneas; 1 assinante extra) e Premium (4 telas simultâneas; 2 assinantes extras).

Mas e se eu estiver viajando e quiser assistir à Netflix durante as férias?

Isso será ainda possível, mas você precisará verificar seu dispositivo.

 

Agora, se você fizer o mesmo todos os meses, eventualmente vai deixar de poder utilizar a Netflix nessa localização, pois a plataforma vai identificar que não se trata de uma exceção.





 

Outra alternativa, como assinante, seria redefinir sua "residência Netflix".


Assinantes extras vão ser possíveis nos planos Padrão e Premium

(foto: EPA)

O que os membros extras podem — e não podem — fazer?

Os membros extras podem:


  • Assistir à Netflix em qualquer dispositivo, mas apenas em 1 dispositivo por vez;


  • Baixar títulos, mas apenas em um telefone ou tablet por vez;


  • Ter apenas 1 perfil e não podem criar perfis adicionais;


  • Devem ativar sua conta no mesmo país associado ao proprietário da conta.

Por que a Netflix decidiu cobrar pelo compartilhamento de senhas?

Love is sharing a password.

— Netflix (@netflix) March 10, 2017

Em 2017, o perfil da empresa no Twitter escreveu: "Love is sharing a password"("Amor é compartilhar a senha", em português).

 

Mas a plataforma mudou de ideia. E o motivo para isso tem a ver com seu faturamento.

 

Em abril do ano passado, a Netflix registrou uma perda de 200 mil assinantes entre janeiro e março.

 

Segundo a empresa, 100 milhões de usuários da plataforma compartilham senhas em todo o mundo.

 

Um relatório do banco Citibank estima, no entanto, que isso custe à Netflix cerca de US$ 6 bilhões de dólares (R$ 30 bilhões) por ano.

 

Para contornar essas perdas, a empresa aumentou o valor das mensalidades e introduziu um plano com anúncios (no Brasil, por R$ 18,90).

 

"De certa forma, precisamos ser pagos por eles", disse no ano passado o fundador e agora ex-CEO Reed Hastings em um vídeo a investidores.

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