A diretora de diversidade, equidade e inclusão da Uber, Bo Young Lee, foi afastada temporariamente de suas funções após reclamações de funcionários sobre um evento que ela moderou, chamado 'Não me chame de Karen'. A gíria Karen refere-se a uma mulher branca que se sente privilegiada e costuma reclamar com gerentes e denunciar pessoas negras e outras minorias raciais. Os funcionários argumentaram que a discussão demonstrou falta de sensibilidade em relação às pessoas não brancas.
Na semana passada, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, e a vice-presidente de pessoal, Nikki Krishnamurthy, solicitaram que Bo Young Lee se afastasse e tirasse licença enquanto definem os próximos passos. A comunicação foi feita por email enviado por Krishnamurthy na quinta-feira (18/5) a alguns colaboradores e foi divulgada pelo jornal New York Times. "Estamos cientes de que muitos de vocês se sentem magoados e incomodados com a sessão de ontem", afirmava o email. "Apesar de ter sido planejado como um diálogo, ficou claro que os participantes não se sentiram ouvidos."
As queixas dos funcionários se concentraram em dois eventos, um no mês passado e outro na quarta-feira (17/5). As discussões foram apresentadas como uma imersão no espectro da experiência da mulher branca americana, com o objetivo de ouvir as mulheres brancas que trabalham na Uber e focar na 'persona Karen'. A intenção era promover uma conversa aberta e sincera sobre raça, conforme indicado no convite.
No entanto, os funcionários sentiram que estavam recebendo um sermão sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres brancas e os motivos pelos quais o termo 'Karen' era considerado pejorativo. Segundo mensagens trocadas no Slack, Lee não deu importância às preocupações dos colaboradores. Eles acreditaram que os organizadores do evento estavam minimizando o racismo e os danos que as pessoas brancas podem causar às pessoas não brancas, ao focar na ofensa causada pela palavra 'Karen'.
Um caso notório envolvendo uma 'Karen' aconteceu em 2020, quando Amy Cooper, uma mulher branca, chamou a polícia após um homem negro pedir que ela colocasse seu cachorro na coleira no Central Park, em Nova York. O incidente evidencia as dificuldades que as empresas enfrentam ao lidar com questões raciais e de identidade, que têm se tornado cada vez mais polêmicas no Vale do Silício e em outros lugares. Conflitos culturais envolvendo raça e direitos LGBTQIA+ ganharam destaque nos ambientes de trabalho nos últimos anos.
Sign in with Google
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Estado de Minas.
Leia 0 comentários
*Para comentar, faça seu login ou assine