Os brasileiros parecem ter incorporado de forma definitiva o consumo de plataformas de streaming com publicidade, de acordo com uma pesquisa realizada pela Magnite, empresa especialista em vendas de anúncios. O estudo indica que apenas 25% da população brasileira não assiste a serviços de streaming em TVs conectadas com anúncios, enquanto 74% dos telespectadores no país utilizam alguma plataforma de vídeo que exibe campanhas publicitárias em sua programação.
A pesquisa foi encomendada pela Magnite e realizada pela Harris Interactive, empresa americana de pesquisa e análise de mercado, entre março e abril deste ano. Foram avaliadas as respostas de quase cinco mil usuários com idades entre 16 e 74 anos, residentes em países da América do Sul, como Argentina, Brasil, Colômbia e México, que assistiam pelo menos sete horas semanais de conteúdo em TVs conectadas à internet.
A análise considerou respostas de espectadores que utilizam desde plataformas de streaming gratuitas, como Vix TV, Favela TV e Pluto TV, até os serviços que oferecem assinatura com veiculação de publicidade, como Globo Play e Netflix. Os resultados da pesquisa confirmam que a presença de publicidade nas plataformas tem impulsionado o crescimento do modelo de negócio do streaming no Brasil, demonstrando uma boa adesão dos anúncios no país.
Os resultados da pesquisa são reflexos da qualidade da propaganda feita pelo mercado nacional e também do apreço do brasileiro pela publicidade. O custo de consumir esses anúncios acaba sendo vantajoso para o público, que ainda fecha as contas mais leves no fim do mês.
De acordo com a pesquisa, no final, o brasileiro tende a encarar a publicidade como parte da programação, com criatividade ela faz parte da experiência do entretenimento.
A pesquisa da Magnite também traz informações sobre a intenção de migrar de planos mais atrativos financeiramente, mesmo que com inserção publicitária. O levantamento aponta que, do grupo que ainda paga para não ver as campanhas, 44% deles afirmou que provavelmente cancelaria ou reduziria a assinatura de TV paga, enquanto 70% deles assinariam uma nova plataforma de streaming gratuito ou de menor custo, mas que veiculassem anúncios.
No caso do Brasil, os resultados em torno da possibilidade de mudanças de planos podem estar relacionados tanto à adesão à publicidade quanto ao fator de redução do poder aquisitivo do público brasileiro.
Com o crescente público desses serviços no país, os anúncios e a atenção das marcas também aumentam. Para os anunciantes, a possibilidade de hipersegmentação das campanhas se transformou em um atrativo para investir mais nessas plataformas. A mensuração do perfil da audiência, a partir de dados, permite um uso da criatividade de maneira mais assertiva às marcas.
De acordo com o levantamento da Magnite, do grupo que utiliza os serviços com anúncios, ao serem questionados sobre o impacto das campanhas nas suas decisões de consumo, 91% dos entrevistados afirmam que têm mais probabilidade de fazer uma compra de uma marca vista em diferentes dispositivos e 92% deles classificam as plataformas de streaming com anúncios como um item essencial em suas casas.
Apesar das marcas já terem começado a dividir seu investimento publicitário entre os diversos canais, como TV linear e streaming, o modelo de vídeo com anúncios ainda pode crescer no Brasil, uma vez que espaços de comercialização podem ser adquiridos pelos anunciantes, algo que, por exemplo, nos canais de TV aberta já não é possível, uma vez que a maturidade desses negócios torna a compra de espaços mais difícil.
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