A Nasa, Agência Aeroespacial dos Estados Unidos, concluiu que ainda não há provas suficientes de vida extraterrestre relacionada a objetos voadores não identificados (OVNIs). Essa afirmação foi feita durante a primeira reunião pública sobre o assunto, ocorrida na última quarta-feira, 31. A falta de dados de qualidade é apontada como um dos principais entraves, e a agência acredita que a cooperação da população pode auxiliar nesse aspecto.
No evento, a Nasa antecipou algumas das principais conclusões de um relatório que deve ser divulgado em julho. Os pesquisadores da agência, que estudam fenômenos anômalos não identificados (UAPs, na sigla em inglês), também conhecidos como OVNIs ou UFOs, explicaram que ainda há carência de informações úteis e consistentes sobre os avistamentos.
David Spergel, líder do grupo de trabalho da Nasa criado em 2022 para analisar as evidências existentes sobre UAPs, afirmou que os esforços atuais de coleta de dados são dispersos e fragmentados entre várias agências, utilizando muitas vezes instrumentos inadequados para a coleta de dados científicos. Ele também ressaltou que muitos eventos permanecem sem registros, possivelmente devido ao estigma que envolve o tema.
Desconfiança, deboche e teorias conspiratórias dificultam o diálogo sério e científico sobre UAPs. Por exemplo, pilotos comerciais relutam em relatar anomalias. Spergel destacou que um dos objetivos do grupo de trabalho é remover esse estigma e obter dados de melhor qualidade. Para isso, a Nasa encoraja pilotos civis e militares a reportarem avistamentos de objetos não identificados, sem medo de constrangimentos.
Outra estratégia para aumentar a quantidade de informações sobre os fenômenos seria incentivar a população a compartilhar suas experiências. Spergel sugeriu a criação de um aplicativo de celular que permitiria a coleta de dados. Ele ressaltou que os smartphones não apenas capturam imagens, mas também medem campos magnéticos locais, gravidade e sons, e armazenam grande quantidade de informações sobre o ambiente.
Com essa ferramenta, os dados coletados pelos smartphones poderiam ser combinados com informações de radares oficiais e sensores diversos, permitindo filtrar o que realmente é relevante e eliminar o que pode ser considerado comum, como um balão, por exemplo. Dessa forma, a Nasa teria acesso a um volume maior de informações, com potencial para novas descobertas.