A revolução atual da inteligência artificial (IA) deve muito a um estudo científico divulgado em 2017 por oito pesquisadores da Google. Esse estudo apresentou ao mundo o Transformer, modelo que possibilitou a criação do GPT, a 'mente' do ChatGPT.



Mas, a crescente competição pela liderança tecnológica entre as grandes empresas do setor pode impedir que tal evento ocorra novamente, com consequências imprevisíveis para o progresso tecnológico.

Em maio, o Washington Post informou que Jeff Dean, líder de IA da Google, orientou seus pesquisadores a serem mais reservados na publicação de estudos científicos. Essa é uma mudança significativa para uma empresa que se tornou conhecida por promover pesquisas abertas com o objetivo de não apenas aprimorar seus próprios produtos, mas também impulsionar avanços científicos.

Desde 2019, os cientistas da empresa publicaram mais de 500 documentos científicos.

Segundo o site Insider, um empregado da empresa recebeu a seguinte mensagem da direção da Google: "Não estamos mais publicando tudo. É tempo de competir e manter o conhecimento dentro de casa". Portanto, o objetivo seria incorporar as descobertas científicas aos produtos da empresa antes de divulgá-las para a comunidade científica e para os concorrentes.

Essa mudança de postura ocorreu após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI. A OpenAI, que já era conhecida como 'ClosedAI' por se recusar a trabalhar de maneira mais aberta com a comunidade científica, viu sua ferramenta ganhar popularidade rapidamente, enquanto o espírito de colaboração científica evaporava. 

A McKinsey estima que o uso de IA gerativa (da qual o ChatGPT é um exemplo) pode adicionar anualmente US$ 4,4 trilhões à economia global. Diante disso, o Google optou por adotar uma postura mais cautelosa na divulgação de ferramentas de IA, considerando seu potencial perigoso.

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