De um lado a discussão sobre a gestão mais sustentável das cidades, crescimento responsável, aumento da eficiência energética e práticas voltadas ao ESG (sigla em inglês para Governança ambiental, social e corporativa. De outro, casas e cidades conectadas, inteligentes e comandadas por voz, sistema de automação com inteligência artificial para hospitais, empresas e indústrias. Essas foram algumas das temáticas do Innovation Summit 2023, evento promovido pela Schneider Electric, em BH, nos dias 19 e 20 deste mês.





Em parceria com o Senai, a empresa capacita jovens para o futuro mercado de trabalho. Segundo Rafael Segrera, presidente da Schneider para América Latina, nesse novo mercado, chamado de Eletricidade 4.0, a capacitação já beneficiou 74 mil pessoas no Brasil. Outra preocupação do grupo refere-se à emissão de poluentes na atmosfera. A empresa quer evitar que 800 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) sejam emitidos no planeta até 2025. Os objetivos são ousados. Até 2030, a empresa pretende  gerar uma redução de 25% nas emissões em toda a cadeia de valor.



Com quase oito décadas de atuação no Brasil, a empresa francesa teve receita bruta de 34 milhões de euros em 2022, o que mostra que hoje o setor de transformação digital é pungente no mundo. Com soluções em transformação digital, inovação e automação industrial, atende grandes indústrias e concessionárias elétricas, como a Cemig (Companhia Elétrica de Minas Gerais), que contratou o Sistema Avançado de Gestão de Distribuição de Energia (ADMS), visando modernizar o gerenciamento de sua rede elétrica, a maior do país em termos de extensão. 

Palestras ocorreram nas instalações da Expominas BH, no Bairro Gameleira

(foto: Schneider/Divulgação )

Automação residencial a partir de R$ 150

Quem também esteve presente no Innovation Summit foi a Steck, empresa adquirida pela Schneider em 2011. Com foco no mercado residencial, comercializa equipamentos como interruptores, adaptadores, lâmpadas inteligentes e até estação de carregamento de energia para carros elétricos. Muitos desses produtos permitem que o consumidor possa controlar e monitorar o uso de energia em casa, auxiliando na economia e eficiência. 





Conhecido como IoT ou Internet das Coisas, conectar dispositivos via internet e as soluções de automação estão cada vez mais acessíveis ao consumidor brasileiro. Com ganhos exponenciais de eficiência e significativa redução dos custos de produção é possível conectar dispositivos e controlar o funcionamento de lâmpadas, ventiladores e televisores, com um investimento inicial inferior a R$ 200. 

Questionado sobre a segurança e o crescente número de ataques cibernéticos, Klécios Souza, CEO da Steck, ressalta que não existe sistema inviolável. Atualmente, os sistemas são criptografados e dotados de senhas. No entanto, do mesmo modo que um ladrão pode ter acesso a uma residência quebrando a segurança dos sistemas, como fechaduras eletrônicas, o monitoramento inteligente por câmeras e sensores pode contribuir para a identificação do invasor, uma vez que as imagens geradas a partir de qualquer movimentação dentro da residência pode ser acompanhada por meio do celular.

Capacitação para um novo tipo de eletricista

Esqueça aquela imagem do eletricista de maleta na mão com ferramentas tradicionais acessando as tomadas de sua casa. Um novo profissional está surgindo no mercado e ele vai precisar de um treinamento avançado para dar conta de configurar todos esses equipamentos wi-fi. Por isso, não basta apenas disponibilizar a tecnologia, é preciso construir uma sólida rede de mão de obra apta a fazer instalações e dar manutenção em sistemas eletrônicos e digitais. A Steck tem um programa de treinamento com certificação para formar profissionais qualificados com foco nos eletricistas. O objetivo da empresa é formar esse contingente, ainda muito escasso no país.




Casas mais inteligentes

Klécios Souza ressalta que 50% dos equipamentos vendidos pela Steck são para a modernização de habitações e empresas. "As pessoas compram um sistema de irrigação automática de jardim, por exemplo, e descobrem o quanto é fácil instalar e utilizar essa tecnologia. Assim, começam a automatizar outras áreas da casa", explica. 

Metade dos produtos da Steck são produzidos no Brasil, na Zona Franca de Manaus e em Guararema, no interior de São Paulo. Hoje, as fábricas empregam 700 pessoas no Brasil e o faturamento em toda a América Latina já ultrapassa R$ 1 bilhão.

O evento demonstrou quanto a inovação já está presente dentro das empresas brasileiras e como o país pode se destacar no cenário da inovação. O mundo caminha para uma nova era. Até 2025 estima-se que 27 bilhões de dispositivos IoT estarão conectados no mundo gerando dados, interação e facilitando o cotidiano nas cidades. 

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