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Juntamente com a Central de Família, o Discord anunciou a expansão de sua política de segurança infantil

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Como resposta às acusações recentes de propagação de conteúdo extremista e abusos contra adolescentes, a plataforma Discord divulgou nesta terça-feira, 11, a implementação de novos recursos visando ampliar a segurança. Entre as inovações, destaca-se a criação de um centro de controle para que pais possam monitorar as atividades dos filhos, e uma revisão das diretrizes internas relacionadas à proteção infantil.

Investigações conduzidas pelas autoridades policiais apontam que o aplicativo tem sido usado por criminosos para coagir meninas e cometer abusos sexuais, agressões e mutilações. Além disso, foram identificados conteúdos de caráter racista, neonazista e homofóbico. Até o momento, duas pessoas foram presas em conexão com essas atividades criminosas, incluindo um suspeito de estupro de vulnerável que teve sua prisão mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Em entrevista, a empresa afirmou que precisa colaborar mais com as autoridades brasileiras para combater essas práticas. Para isso, o Discord lançou ferramentas que incentivam os pais a acompanhar mais de perto os filhos na plataforma, como a Central de Família. Este recurso permite que os pais monitorem a conta dos menores, sabendo quais são os amigos adicionados, servidores acessados e com quais perfis houve interação. Entretanto, a empresa garante que o conteúdo das mensagens e chamadas não será revelado, visando preservar a privacidade do usuário.

A diretora sênior de políticas no Discord, Savannah Badalich, defendeu a iniciativa, comparando-a a experiências do mundo real, como permitir que o filho vá à casa de um amigo sem instalar câmeras e microfones. Segundo ela, o objetivo é promover conversas entre pais e adolescentes sem criar um ambiente em que os jovens sintam que não podem ser autênticos. Além disso, o consentimento do jovem é necessário para que o adulto responsável tenha acesso à Central de Família.
Juntamente com a Central de Família, o Discord anunciou a expansão de sua política de segurança infantil. Agora, adolescentes não podem enviar nem receber conteúdos sexualmente explícitos. Além disso, servidores de namoro para menores de idade estão proibidos e a política interna será aplicada no caso de usuários adolescentes envolvidos na corrupção de outros menores. Também foi proibida a geração de imagens de abuso e sexualização infantil por inteligência artificial.

A plataforma Discord tornou-se alvo de denúncias de abusos e conteúdo extremista em junho, e desde então tem intensificado a cooperação com as autoridades brasileiras para a remoção de conteúdo ofensivo. A empresa também está desenvolvendo ferramentas de automação para remover instantaneamente esses materiais, além de contar com a moderação humana para aumentar a eficácia da remoção. Segundo Savannah, a política da empresa é de tolerância zero para qualquer tipo de abuso sexual de crianças e esforços estão sendo feitos para identificar proativamente esse conteúdo.