Paulo Queiroga, assessor da Prefeitura do Serro, informa que Milho Verde mantém a simplicidade do passado nas montanhas mineiras. “O pequeno distrito é testemunha viva do antigo modo de vida do Alto Jequitinhonha, mesmo consolidado como polo turístico regional.”
Ele conta que lendas revelam a história do nome com o qual o singelo distrito, assentado no alto da Cordilheira do Espinhaço, foi batizado. “Segundo corre aqui, o nome vem do fato de os primeiros bandeirantes que chegaram, famintos, terem sido recebidos por uma comunidade de índios locais com a oferta de milho, abundante na região. Outra versão é que, por volta de 1711, o português Rodriques Milho Verde, natural do Minho, chegou à região em busca de ouro e diamante, iniciando, assim, o povoado.”
Dali em diante, o arraial se desenvolveu como ponto de apoio a tropeiros, no caminho que liga o Serro a Diamantina, pela Estrada Real, por onde escoava a exploração mineral em direção ao Rio de Janeiro. Na época, a Coroa portuguesa instalou ali um quartel e um posto fiscal para controle do contrabando de ouro e diamante.
FLORES Somente depois da segunda proibição da exploração do diamante, já no século 20, a população local passa a viver da pecuária e da agricultura de subsistência, além da colheita das flores decorativas sempre-vivas. E depois, já a partir da chegada dos hippies, que migravam dos grandes centros para pequenas localidades alternativas – o que também ocorreu em outros destinos brasileiros, como Canoa Quebrada, Trancoso, Arraial da Ajuda, Pirenópolis e Goiáz Velho –, a região passou a atrair turistas. “Milho Verde ressurgiu como um lugar aprazível e foi germinando a semente de um novo destino turístico. Hoje, oferece boa estrutura de serviços para visitantes.
BALADA Para os mais animados, Queiroga conta que, à noite, na alta temporada, os bares promovem festas, baladas e eventos para a moçada. “Aqui há atrativos para todos os gostos e faixa etária, desde as igrejas antigas, testemunhos da fé, da tradição religiosa e símbolos da arquitetura colonial mineira, até as muitas cachoeiras, que atraem os amantes dos esportes de aventura”.
SERVIÇO
Principais cachoeiras de Milho Verde
» Carijó
Situada a três quilômetros do Centro de Milho Verde, a Cachoeira do Carijó tem oito metros de queda e um poço delicioso com água limpa e cristalina. Ideal para banho de relaxamento.
» Moinho
Uma das maiores e mais bonitas da região, a queda d’água fica bem próxima ao Centro. O nome se deve à existência de dois moinhos d’água antigos, utilizados na moagem do milho para fazer o fubá. Além de poços de água limpa e extremamente agradáveis para banho, existem duas quedas maiores, que vão se juntar ao Rio Jequitinhonha, logo à frente.
» Piolho
Formada pelo córrego de mesmo nome, a Cachoeira do Piolho é assim chamada por causa de pequenosdiamantes encontrados antigamente no leito do córrego.
» Lajeado
Um platô na chapada da cidade, bem no Centro do distrito e ideal para crianças. A areia branca e os diversos
poços rasos de águas cristalinas se tornam mais abundantes durante as cheias, formando três quedas e uma paisagem magnífica.
» Baú
Localizada a cerca de oito quilômetros de Milho Verde, na localidade de Baú, antigo quilombo, onde nasceu a lendária Xica da Silva, a cachoeira tem poço delicioso, entre encostas acentuadas e paisagem que mexe com nossa alma.
» Ausente
Fica num lugarejo, também antigo quilombo, com população descendente de antigos escravos e cultura tradicional preservada. A cachoeira tem pequenas piscinas naturais de águas cristalinas e o passeio compensa.
» Campo Alegre
Um conjunto de pequenas quedas, em meio às pedras, a oito quilômetros do Centro, um ponto de parada na antiga trilha utilizada por tropeiros. No entorno de Milho Verde estão também as cachoeiras da Canela e dos Macacos, menos visitadas, mas de igual beleza..