Acredita-se que o espumante foi inventado no século 17 pelo monge beneditino francês dom Pérignon. Ao criar o champanhe, o prazer de sua descoberta o fez exclamar: “Venham rápido, irmãos! Estou bebendo estrelas”. Ao longo da história, o espumante ganhou o status de bebida nobre, tanto que é tratado como o luxo dos vinhos. O espumante está presente em encontros familiares como casamentos, noivados, aniversários e batizados. Com ele se comemoram os acordos políticos e empresariais, além dos jantares de gala. Mas nada se compara com as festas de fim de ano, onde, ao redor do globo, milhares de pessoas celebram a chegada do novo ano abrindo garrafas e mais garrafas da bebida borbulhante.
Nos últimos anos, o espumante nacional ganhou destaque nas comemorações dos brasileiros. E a cidade gaúcha de Garibaldi, que homenageia o italiano Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro-mártir da Revolução Farroupilha, foi quem promoveu a guinada e a ascensão do consumo da bebida com bolhas. Tudo é história e encantamento na Capital do Espumante.
Ao entrar na Cooperativa Vinícola Garibaldi, o bouquet das uvas exalado pelas antigas barricas pelos corredores da adega-museu nos revigora, fazendo com que percamos os sentidos. Inebriados pelo cheiro marcante, o visitante é transportado para uma outra dimensão. Para uns, uma sensação divina, mágica. Universo de cheiros propício para apreciar a bebida chique. A vinícola, que este ano ganhou mais de 75 prêmios nacionais e internacionais, oferece aos turistas experiências sensoriais únicas: o Garibaldi Experience – taça & trufa (degustação de espumantes, vinhos e chocolates); Desperte seus Sentidos – uma degustação às cegas dos visitantes dentro de uma pipa gigante (tonel de madeira), que, no passado, abrigava mais de 100 mil litros de mosto (líquido denso após o processamento das uvas). “A proposta é fortalecer os sentidos do olfato e do paladar,
inibindo a ação da visão, aumentando a concentração nas notas aromáticas e no equilíbrio em boca”, explica o enólogo da cooperativa, Gabriel Carissimi.
Na mesma cidade, outra vinícola com mais de 100 anos de tradição, a Peterlongo, oferece sessões de cinema ao ar livre regadas com doses extras do champanhe fabricado na cidade. Como assim, champanhe? Sim! A vinícola do Sul é a única do país que tem o direito de usar o termo champanhe fora da França. Durante a exibição do wine movie, o visitante tem o prazer de assistir a um bom filme projetado em uma tela em frente a um gramado ao lado dos vinhedos. O turista é convidado, ao final da exibição, a conhecer as caves e ver o Museu Peterlongo e a história marcante da empresa, que aos poucos faliu e conseguiu dar a volta por cima lançando novos rótulos e ganhando muitos prêmios com sua cartela de produtos.