O inverno se despediu ontem para dar passagem à chegada da estação mais florida, colorida e esperada do ano – a primavera. E antes mesmo de dar o ar da graça, as flores do ipê desabrocharam nos meses passados em dias secos e abafados. E é assim mesmo, contrariando tudo o que aprendemos nos livros de biologia, antes mesmo do surgimento da nova folhagem, a flor símbolo do Brasil colore praças, parques e canteiros de várias capitais como Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Cuiabá, Palmas e Teresina.
Não existe ninguém que passe indiferente à surpreendente paleta de cores dos ipês. Essas árvores provocam suspiros em todas as suas tonalidades. Tem roxo, rosa, branco e o mais comum, o amarelo. Com a queda da umidade relativa do ar, copas coloridas tomam a paisagem e nos fazem refletir sobre a força da natureza que, bravamente, encara a seca e as queimadas da vegetação. Com cores vibrantes, a floração irrompe de junho a outubro. Eles costumam florir em meses diferentes em algumas regiões. Em junho e julho, ipê-roxo. Julho e agosto é a vez do ipê-amarelo. No fim de agosto reinou o ipê-rosa. E no mê de setembro florescem os ipês branco e amarelo.
Planta nacional Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa “árvore cascuda”, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou 10 espécies de árvores com características semelhantes de flores. Conhecidos por sua beleza e pela resistência e durabilidade de sua madeira, os ipês foram muito usados na construção de telhados de igrejas dos séculos 17 e 18. Se não fosse por eles, muitas teriam se perdido com o tempo. Até hoje, a madeira do ipê é muito valorizada, sendo bastante utilizada na construção civil e naval.
O ipê sempre chamou a atenção de poetas, escritores e até de políticos. Tanto que, em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a árvore nacional e o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a flor nacional.