O destino agora nesse “caminho das águas” é o Mar Morto, famoso por ser o ponto mais profundo na superfície terrestre, pelos cosméticos que dizem ser milagrosos e por um detalhe divertido: ninguém afunda na água, tal a concentração de sal. É impressionante ver gente de todas as idades flutuando, sem boia, batendo papo ou até lendo jornal. Essa foto, por sinal, é clássica, e eu não poderia fugir à regra. Levei o caderno de Turismo do Estado de Minas, com um título bem simbólico: “Rumo à felicidade”. Pois não é que três japonesinhas me viram boiando e pediram para fotografar?
“Pode sim”, respondi em inglês, e as três jovens de Tóquio riram demais, não sei se do meu sotaque. Pois acabei dando o jornal para elas, que tiraram muitas fotos e prometeram estudar português para ler o jornal. Aí foi minha vez de rir muito. A dica para não passar aperto é deixar os chinelos bem perto da água, para não queimar os pés – o solo tipo argiloso parece fogo queimando a sola. Outro cuidado é não deixar uma gota sequer de água cair nos olhos, pois vai arder demais da conta. Há chuveirões de água doce espalhados pela praia, e, em caso de aperto, corra (com os chinelos) e tome um banho. Salva-vidas de prontidão ficam de sentinela orientando, até em português, para ninguém boiar com a barriga para baixo.
Quem visita o Mar Morto não pode deixar de ir a Massada, uma antiga fortaleza construída por Herodes. Há um teleférico até lá, num trajeto de poucos minutos. A vista é deslumbrante, apesar da aridez da região – estamos em pleno deserto da Judeia –, mas com a história se torna mais fascinante. Durante o Império Romano, os poucos judeus sobreviventes da revolta contra os romanos no ano 70 a.C. para sua última luta. Os zelotas ou zelotes foram sitiados por três anos pelos romanos e, percebendo que era impossível resistir mais, os defensores se suicidaram, preferindo morrer como homens livres do que escravizados. A história virou filme, e vestígios desse episódio estão no Museu de Israel, em Jerusalém.
Para resumir, trata-se de uma coleção de centenas de textos e fragmentos compilados por uma doutrina de judeus conhecida como essênios – viveram em Qumran do século 2 a.C. até aproximadamente 70. Atualmente, os rolos de couro, papiro e cobre estão guardados no Santuário do Livro do Museu de Israel, em Jerusalém, e continuam sendo estudados e decifrados.
DICAS VALIOSAS
SEGURANÇA
» Israel é um país que prima pela segurança, o que fica evidente tanto na entrada como na saída do país. É possível que o (a) funcionário (a) do controle de passaporte no aeroporto faça a você muitas perguntas. Portanto, tenha em mãos dados sobre o hotel e outros documentos que o identifiquem como turista
» Se um receptivo foi contratado para esperar você no aeroporto e não apareceu, mantenha a calma. É que eles costumam segurar várias placas de identificação com nomes e, na hora H, o de algum visitante fica encoberto
» Mesmo com tantos conflitos, o país é seguro para o turista. Nos lugares de maior visitação, como museus e o Muro das Lamentações, entre tantos outros, a pessoa vai passar por equipamentos de raios X e ser revistada. Mantenha a calma
ROUPAS
» Na viagem a Israel e à Palestina, há muitas igrejas, mesquitas e sinagogas no roteiro. Em muitos locais, as mulheres não podem entrar com os ombros de fora ou sem cobrir a cabeça, muito menos de saia curta. Para não perder o passeio, vista-se adequadamente e leve uma echarpe na bolsa. Já os homens devem usar o quipá dos judeus, mas muitos lugares emprestam peças até de papel para proteger a cabeça
» Há muitas ruas de pedra na Terra Santa, algumas de piso escorregadio. Nada, portanto, de sapatos com a sola lisa que facilite uma queda
» No verão, o sol é escaldante, com temperatura acima dos 35 graus, ultrapassando os 40. Vale o velho conselho: hidratação, filtro solar e roupas leves o tempo todo
COSTUMES
» Todo mundo tem vontade de conhecer o Mar Morto. Mas não vá com muita sede ao pote. Usar sandália (tipo Havaianas) até perto da água se torna fundamental, pois a beirada é (muito) quente. Cuidado também para a água do mar não ir nos olhos, pois uma gotinha provoca desconforto. O jeito, então, é correr (de sandália) para os chuveirões e esperar passar o ardor