A temporada do ano passado (que teve início em 13 de novembro de 2018 e encerrou-se em 18 de abril de 2019) foi responsável por um impacto econômico de R$ 2,083 bilhões na economia do país. Esse número, que engloba tanto os gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes, foi 16,2% maior em comparação ao período 2017/2018, o que significa acréscimo de R$ 291 milhões.
Foram exatos 841 dias de navegação (5,4% a mais que na temporada anterior), com sete navios operando na costa brasileira, transportando, aproximadamente, 462 mil cruzeiristas (crescimento de 10,5% ante os 418 mil anteriores) por 14 destinos nacionais (Santos, Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Recife, Maceió, Angra dos Reis, Porto Belo, Cabo Frio, Ubatuba e Balneário Camboriú), e por outros três locais na América do Sul: Argentina (Buenos Aires) e Uruguai (Montevidéu e Punta del Este).
“Esse é o segundo período de alta e a tendência é continuar crescendo nos próximos anos. A grande questão é que, ao lado dos dados positivos, existe a constatação de que os números poderiam ser bem melhores, com avanços e ajustes na regulação, infraestrutura e desenvolvimento de novos destinos. O objetivo da Clia é melhorar o ambiente de negócios para atrair mais navios de cruzeiros, abrir portas para os destinos, fortalecer o turismo e ter uma parceria de sucesso com o país e com as comunidades, já que nosso setor é forte gerador de empregos e de renda”, enfatiza Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.
Na temporada 2018/2019, foram gerados 31.992 postos de trabalho na economia brasileira, 15,3% a mais que no período anterior. Do total de empregos criados pelo segmento, 2.115 foram de tripulantes dos navios e outros 29.877 empregos diversos, de forma direta, indireta e induzida, motivados pelos gastos dos turistas nas cidades portuárias de embarque/desembarque e visitadas, além dos gerados na cadeia produtiva de apoio ao setor.
Perfil do viajante
A maior parte dos pesquisados (mais precisamente 86,2%) deseja realizar uma nova viagem de cruzeiro, e quando perguntados sobre o destino de preferência no Brasil, 58,1% deles informaram o litoral Nordeste e, em seguida, aparece a costa Sul, com 16% da procura. Os resultados da pesquisa destacam ainda que a indicação de amigos e parentes (28,8%) e os preços mais vantajosos (12,1%) foram os principais fatores de influência na decisão de fazer uma viagem de cruzeiro. No que diz respeito à origem dos turistas pesquisados, 90,9% residem no Brasil, sendo a maioria dos entrevistados procedentes do estado de São Paulo (54,9%), seguidos do Rio de Janeiro (16%) e de Minas Gerais (6,3%). Entre os estrangeiros (9,1%), destaca-se a Argentina, com 55% dos pesquisados.
Mundo
Ao longo dos anos, o setor de cruzeiros no mundo continua crescendo, impulsionado, principalmente, pelo aumento da quantidade e diversificação de roteiros. Em 2019, o setor ganhará 24 novos navios e capacidade adicional total de 42.466 pessoas e, em 2020, mais 25 novos navios já estão previstos, com capacidade adicional total de 43.080 pessoas (Cruise Industry News). Segundo a Associação Internacional de Cruzeiros (Clia), em 2018, o número total de cruzeiristas no mundo foi de 28,5 milhões. Em 10 anos, a procura por viagens a bordo de um navio aumentou pouco mais de 60%, passando de 17,8 milhões em 2009 para os 28,5 milhões atuais.