Jornal Estado de Minas

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Faça um mergulho profundo na história da Finlândia

...de um painel em movimento com a figura de Papai Noel... - Foto: gustavo werneck/em/d. a press
“Rei! Rei!” – o visitante vai logo aprender a saudação em finlandês para cumprimentar alguém (Oi! Olá!), sem esquecer jamais que kütos (pronuncia-se quitos) significa obrigado. Sem dúvida, ao fazer o agradecimento, vai ganhar um sorriso e se sentir bem à vontade neste país de 5,5 milhões de habitantes, de maioria luterana (75%), que está à frente em tecnologia, tem o meio ambiente como bandeira máxima, prima pela limpeza urbana e põe a economia circular (ciclo produtivo que não gera resíduos) na ordem do dia. E também da noite.
 
Na capital, de 624 mil habitantes, faz muito frio nesta época do ano, na faixa de zero grau ou um pouco menos (-2oC). A neve, em alguns lugares, já se faz presente. Impossível sair sem guarda-chuva, botas impermeáveis, luvas, gorro e casaco grosso com capuz. Vale a dica: em Belo Horizonte, comprei uma roupa para ser usada sobre a pele, cujos fios são desenvolvidos com aditivo de cascas de café carbonizadas, retendo o calor natural do corpo e retardando a perda. Um achado! Caminhando pelo Centro da cidade, vê-se que moradores mais animados de Helsinque continuam embalados nas bicicletas, fazendo corrida na rua, embora protegidos dos pés à cabeça e nariz, e prestigiando os lugares públicos.
 
...e de uma sala até com cavalo para a diversão das crianças - Foto: gustavo werneck/em/d. a press 
Está longe o verão, que dura três meses (de junho a agosto) e tem 20 horas de sol por dia, com centenas de atrativos para os turistas em todo o país. A estação quente é sempre exaltada nas conversas e, paciência, não custa esperar. Então, vamos aproveitar o momento e encontrar, pelo caminho, pessoas que falam com amor de Helsinque e cidades vizinhas, sem tempo para se queixar do inverno.
Afinal, o “general”, como se refere a ele uma mulher, é só mais um personagem na história de Suomi, nome da Finlândia na língua pátria.
 
São 21h e a noite ainda está presente. Depois de saborear uma tigela de aveia com frutas vermelhas (muitas berries, aquelas que parecem amoras miúdas), lá vou em direção ao Museu Nacional, prédio com aspecto de muito antigão, mas, descubro logo, foi construído em 1965 especialmente para abrigar o acervo. Com vários ambientes, conta a história do país desde os primórdios. Quem curte séries de tevê como Game of thrones, Vikings e outras históricas vai gostar da coleção de espadas de ferro. Por sinal, nesta sala tem até um filme sobre um garoto perseguido e isolado numa casa, mas isso aí já é outra história...
 

PRIMÓRDIOS

 
Para compreender melhor o que se vê, vamos a um pouco de história. Por mais de 10 mil anos, o Norte da Europa esteve coberto de gelo. Quando derreteu, as pessoas, vindas particularmente do Sul, começaram a povoar o território hoje conhecido como Finlândia. Passa o tempo e, nos ambientes do museu, o visitante vai conhecer a influência da religião, em especial sobre a Reforma Protestante que se propagou pela Suécia e Finlândia no início do século 16, sendo seguida, no 17, pelas guerras que envolveram o país vizinho e os finlandeses. 
 
     Pela localização de suas fronteiras, Suécia e Rússia entraram em conflito por séculos, – as pelejas com a Rússia não acabaram até a Suécia perder a Guerra da Finlândia, em 1808/1809. Assim, Suomi se tornou um grão-ducado sob domínio russo, embora mantendo sua legislação e administração anteriores. A independência só viria em 1917. Estão lá a sala do trono, pintura do imperador russo e grão-duque da Finlândia Alexandre I (1777-1825), vestes reais e mobiliário.
 
Cada parte do museu é uma descoberta, e há espaço até para a criançada desenhar, se divertir e montar num cavalo que parece de verdade.
Cada visitante faz sua escolha, e gostei particularmente da recriação de uma sala de jantar do início do século 19, com o piano, um violão sobre o sofá, quadros com cenas cotidianas e um ar romântico. Gostei também de um painel em movimento com rostos da população em 100 anos – e lá está um sorridente Papai Noel. Na lojinha do museu, a variedade de produtos não é muito extensa, mas sempre tem um suvenir para os amigos, como canetas, lápis, chaveiros e bloquinhos de papel – viagem, sempre é bom lembrar, não é para trazer presentes, mas um “mimo”, tipo estava lá e me lembrei de você.
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