“Já que Minas não tem mar, eu vou pro bar”, diz a canção interpretada por Alexandre Peixe, ecoada por diversas épocas do ano e em vários locais do estado. Porém, Minas Gerais tem, sim, o seu mar particular. O município de Capitólio, banhado pelo lago de Furnas, é conhecido assim. O apelido foi conquistado em razão das águas em tom esmeralda, que banham, além de Capitólio, mais de 30 outros municípios no Oeste mineiro, os quais beiram os 1.140 quilômetros quadrados de área do reservatório da hidrelétrica.
Não à toa, os passeios de lancha pelos lagos da cidade e os chamados 4x4, que permitem o turismo sobre rodas fora da estrada até as cachoeiras, são os mais tradicionais. Afinal, se o turista quer um refresco, esse giro pelas águas de Capitólio é imperdível. “Vale muito a pena, é um lugar maravilhoso de conhecer. E, além de bonito, a sensação de estar lá é muito gostosa. Foi incrível”, avalia a maquiadora Maíra Elisa Oliveira Martins, de 22 anos, que recentemente esteve na cidade.
Além dos refrescos e das belezas das cachoeiras e lagos, Capitólio também proporciona ótimos momentos de contato com a natureza e, claro, marcados pelo toque mineiro, com visitas a igrejas, feiras de artesanato e produtos típicos e o clássico turismo rural. “Venha conhecer as raízes do campo, maravilhar-se com cenários encantadores e receber toda a hospitalidade do povo capitolino”, convida a Secretaria de Turismo de Capitólio.
Localizada a cerca de 282 quilômetros de Belo Horizonte, Capitólio tem acesso livre exclusivamente por terra. Atualmente, de acordo com Decreto 371 da prefeitura, no início de outubro, em razão da pandemia de COVID-19, o acesso de ônibus e micro-ônibus está proibido.
Por isso, a opção é pegar a estrada em vans, que devem, por lei, estar registradas para circular no município, ou de carro, que torna o passeio mais prático para quem gosta de dirigir, uma vez que os pontos turísticos se encontram distantes do Centro da cidade. O trajeto de BH até Capitólio é feito pela BR-381 até a altura de Betim, na Região Metropolitana da capital, onde é feita a transposição para a BR-262 até o entroncamento com a rodovia estadual MG-050. Depois, basta avistar a entrada de Capitólio e dar início à diversão.
Reservas
Na cidade, há uma variedade de modelos de hospedagem, entre resorts, pousadas, hotéis e campings. Alguns desses empreendimentos, inclusive, já têm atividades de lazer em suas dependências. Porém, Escarpas do Lago, bairro ou, se preferir, condomínio do município, é o principal polo de hóspedes.
Isso porque quem se hospeda em Escarpas do Lago conta com uma leve vantagem, a de estar próximo de um dos pontos de saída de lanchas para passeios pelo Lago de Furnas, o que reduz bastante o deslocamento e facilita o passeio. A desvantagem do bairro é estar mais distante da rodovia, o que pode atrasar o passeio em dias de trânsito intenso.
Uma boa dica é reservar vaga com antecedência, pois elas costumam ser preenchidas rapidamente, principalmente em feriados prolongados. Em meio à pandemia, a capacidade de atendimento foi reduzida em 70%, em cumprimento ao Decreto municipal 371 e às normas de segurança sanitária do município para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Retomada
Após cinco meses de atividades interrompidas em função da pandemia de COVID-19, a Prefeitura de Capitólio baixou, em 7 de agosto, o Decreto 305, liberando várias atividades turísticas, entre elas a locação de residências, mas mantinha proibição a alguns passeios e a realização de festas e eventos com mais de 40 pessoas.
O construtor Augusto Baeta e o sócio Evandro Senna perceberam, no fim daquele mês, aumento na procura de imóveis para aluguel durante a primeira semana de setembro. Eles são proprietários de 11 empreendimentos imobiliários disponíveis para locação em Escarpas do Lago e no Centro de Capitólio, com capacidade para cinco a oito pessoas.
“No feriado de 7 de Setembro, a cidade parecia estar vivendo um réveillon, de tão cheia. Participamos de um grupo de WhatsApp de empresários de turismo de Capitólio, e o que pode se percebeu é que a ocupação dos leitos disponíveis chegou a quase 100%, incluindo hotéis, pousadas, casas e apartamentos para temporada”, conta Augusto Baeta.
O empresário está otimista com a retomada das atividades na cidade. “A impressão é de que, depois de tanto tempo de isolamento, as pessoas estão com necessidade de viajar e, principalmente, de desfrutar de passeios ao ar livre com paisagens exuberantes como as que temos em Capitólio. Nesses quatro anos em que estamos investindo em Capitólio, pela primeira vez vimos faltar vagas para passeios de lancha ou passeios 4x4, mesmo em datas fora de feriados”, observa. As reservas de aluguel de temporada podem ser feitas por meio do telefone (31) 99161-9792, com Evandro Senna.
Atrativos
Entre as principais atrações turísticas de Capitólio estão as cachoeiras, lagos e cânions. Há opções também para conhecer o Centro da cidade, que abriga igrejas, feiras e centros de artesanato. O Lago de Furnas não pode ficar de fora do roteiro, nem mesmo a praia artificial da represa, assim como os deliciosos banhos nas cachoeiras Lagoa Azul e Cascatinha; na Cachoeirinha da Ilha e no Vale dos Tucanos. No fim do dia, pode-se investir em um belo passeio no Mirante dos Cânions. Dependendo da temporada e do local de saída das lanchas, chalanas e dos carros com tração 4x4, os passeios são feitos ao custo variando de R$ 80 a R$ 300 por pessoa. As entradas nas cachoeiras devem ser pagas à parte. Todas as opções de passeios devem ser realizadas por empresas cadastradas, seguindo as recomendações sanitárias da prefeitura local.
*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram