Se não bastasse o título de patrimônio da humanidade, conferido pela Unesco em 1999, Diamantina, a cidade do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de Chica da Silva – a escrava mais famosa do país –, guarda a riqueza histórica do Brasil Império em suas construções coloniais, paisagens exuberantes e gastronomia requintada.
Ao se deparar com o Passadiço da Glória, cartão-postal do antigo Arraial do Tijuco, o visitante é convidado a voltar no tempo e reviver o passado da cidade que teve a maior lavra de diamantes do mundo ocidental no século 18. Não muito longe desse local se encontra o antigo Mercado Velho, que foi ponto de parada dos tropeiros e hoje abriga o Centro Cultural David Ribeiro. Quando for visitá-lo, vá ao final do dia e surpreenda-se com o paredão da Serra dos Cristais ao fundo, que reluz com o dourado do pôr do sol, e cria uma paisagem de extrema beleza.
Com mais de três séculos de fundação, o município de Diamantina preserva cuidadosamente a riqueza histórica da cidade barroca, porta de entrada para o Vale do Jequitinhonha. Cheia de tradições, ela tem um patrimônio arquitetônico, cultural e natural rico e bem preservado. Não à toa, o município entrou no hall das belas cidades do mundo agraciadas com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
“Atualmente, Diamantina é uma das cidades históricas mais conhecidas e visitadas do país. O casario colonial, de inspiração barroca; as edificações históricas; as igrejas seculares; a belíssima paisagem natural e uma forte tradição religiosa, folclórica e musical conferem uma singularidade especial à cidade”, declara o site oficial da cidade.
PROTOCOLO
Atualmente, Diamantina encontra-se na “onda verde” – atividades econômicas e não econômicas podem funcionar –, com base no projeto Minas Consciente. O município foi liberado para receber turistas desde o dia 10 de outubro, conforme estabelecido pelo decreto nº 391, emitido em 9 de outubro, pela Prefeitura de Diamantina.No entanto, levando-se em conta a pandemia de COVID-19, todas as medidas de segurança devem ser seguidas, a fim de evitar a proliferação do vírus. Para isso, além da exigência do cumprimento rigoroso dos protocolos sanitários vigentes, há o monitoramento diário dos indicadores epidemiológicos.
ROTEIRO
As demais igrejas da cidade também não podem ser “esquecidas”. Cada uma delas é rica em história e projeto arquitetônico. Imperdível ainda são os atrativos naturais de Diamantina. Entre eles estão o Caminho dos Escravos, a Cachoeira do Sentinela e a Gruta do Salitre.
A cidade vive também de música. As tradicionais vesperatas são um dos atrativos mais famosos do município. Porém, em razão da pandemia, o evento tem ocorrido por meio de plataformas on-line. Então, essa é uma atividade turística que você terá de deixar para fazer na próxima vez em que for à cidade.
BIRIBIRI
Para quem quer fugir de aglomerações e ter contato direto com a natureza, Biriri é um refúgio de descanso e sossego. Localizado a cerca de 15 quilômetros do Centro de Diamantina, o local merece ser visitado. Por uma estradinha de terra, passando por entre vales e montanhas da Serra do Espinhaço, o turista chega à bucólica vila erguida no século 19 em função da Companhia Industrial de Estamparia – uma das primeiras fábricas têxteis de Minas Gerais, que serviam de residência para os operários –, hoje desativada.
Todo o povoado é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e, atualmente, abriga 30 moradias, restaurantes simples e uma igreja colonial.
O grande destaque na região é o Parque Estadual do Biribiri, que ocupa uma área de 17 mil hectares, com mata nativa formada por cerrado e campos rupestres. Por lá os turistas podem aproveitar para fazer caminhadas e visitar as cachoeiras. As estrelas são: Cachoeira da Sentinela, a uma hora e 15 minutos de caminhada da entrada do parque, com várias quedas d’água que formam piscinas naturais; Cachoeira dos Cristais (exige três horas de caminhada a partir da portaria) tem duas quedas e poços para banho. E ainda o Poço da Água Limpa e o Poço do Estudante.
Não deixe de conferir o Caminho dos Escravos. O calçamento de pedras erguido pelos escravos no século 19 fazia parte da antiga Estrada Real. Nos 20 quilômetros de caminhada, o turista se depara com belas paisagens da mata nativa, rios, cascatas e vista panorâmica de Diamantina.
Algumas agências de turismo atuam na área e podem te ajudar a ter uma experiência ainda mais completa.
COMO CHEGAR
Prefira fazer a viagem de carro ou van, sendo o automóvel particular a melhor opção, haja vista a necessidade de distanciamento social e medidas de segurança sanitária. Diamantina está localizada a 300 quilômetros de Belo Horizonte e, para chegar até lá – partindo da capital mineira –, basta seguir pela BR-040, sentido Brasília. Depois de 23 quilômetros rodados após passar pela cidade de Paraopeba, pegue a BR-135 à direita até Curvelo.Após percorrer a cidade de Curvelo, pegue a BR-259, sentido Gouveia e Diamantina. Neste trecho, apesar de bem sinalizada, a rodovia conta com curvas sinuosas. Portanto, atenção, para poder curtir as belezas da terra do ouro e do diamante.
HOSPEDAGEM
Grande parte das atrações turísticas da cidade se localiza no Centro Histórico, que tem como ponto de referência a Catedral Metropolitana de Diamantina. Ou seja, quanto mais perto da igreja, melhor para se hospedar, pois não será preciso ter um carro à disposição para se locomover entre os principais pontos turísticos, estará próximo de restaurantes, comércio e, também, dentro da área mais charmosa da cidade. Diamantina não conta com muitas variedades de hospedagem. Sendo assim, a melhor opção mesmo é escolher a pousada ou hotel com antecedência.*Estagiária sob a supervisão
do subeditor Carlos Altman