O potencial dos parques nacionais e estaduais no crescimento da economia pode chegar até R$ 44 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país. É o que aponta um estudo divulgado pelo Instituto Semeia em julho.
Estima-se que os parques brasileiros receberam em 2019 cerca de 13 milhões de visitantes. Contudo, o número poderia ter sido muito maior, chegando a 56 milhões de visitantes, entre turistas nacionais e internacionais. Parques naturais são unidades de conservação de proteção integral, onde também ocorre visitação pública.
“Temos um patrimônio natural único no mundo, e que pode ser melhor utilizado dentro de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para o país”, afirma Fernando Pieroni, diretor-presidente do Instituto Semeia, que atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão dos parques. A organização sem fins lucrativos defende a união de governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação dos espaços naturais.
Impacto na economia
Enquanto o Brasil ocupa a 2ª posição no mundo no que diz respeito a seu patrimônio natural, a participação do ecoturismo em parques no PIB nacional é de cerca de 0,14%.
O aumento da procura pelo ecoturismo leva a uma ampliação dos gastos na região onde se encontram as unidades de preservação ambiental. Com a chegada dos visitantes, haverá maior demanda por alimentação, hospedagem, passeios guiados e outros serviços turísticos. Os resultados desse impacto na economia podem representar 978 mil postos de trabalho vinculados à visitação de parques naturais no país.
“Nessa estratégia, nossos parques podem ser os grandes vetores do desenvolvimento, muitas vezes em regiões afastadas dos grandes centros urbanos”, compartilha Pieroni. A pesquisa sugere a geração de cerca de 22 mil empregos a cada R$ 1 bilhão de impacto dos parques no PIB.
Para a organização, atingir este potencial requer uma série de políticas públicas coordenadas. “O fortalecimento da gestão de nossos parques é fundamental para que possamos receber cada vez mais visitantes e ao mesmo tempo conservarmos a natureza para as próximas gerações”, enfatiza Rodrigo Góes, coordenador de projetos do Instituto Semeia.
Parques concedidos à iniciativa privada em Minas Gerais
Até 2022, pelo menos sete parques estaduais de Minas Gerais serão repassados para a iniciativa privada. Os parques do Rio Doce, Itacolomi, Serra do Rola Moça, Ibitipoca, Rio Preto, Biribiri e Pico do Itambé estão entre os nomes incluídos no Programa de Estruturação de Parques Estaduais.
O programa tem o objetivo de aumentar o investimento nas estruturas dos parques públicos e colaborar com o crescimento do turismo no país.