Ver, ouvir, saborear, sentir os perfumes, enfim, manter contato direto com a natureza. São muitas as sensações no complexo arquitetônico tombado em 1955 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e situado em meio aos 12,4 mil hectares distribuídos entre Catas Altas (55%), município ao qual o Santuário do Caraça está ligado juridicamente, e Santa Bárbara (45%).
“O Caraça se tornou ponto importante para observação de pássaros, atraindo gente de outros estados brasileiros e países”, orgulha-se o padre Luís Carlos. Na verdade, o patrimônio natural tem números superlativos: cerca de 800 espécies de líquens, quase 400 de aves, 800 de besouros, 50 de cobras e outros habitantes da vegetação exuberante. O Caraça também faz parte das reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e da Mata Atlântica e também do Caminho da Estrada Real. Em 1994, tornou-se unidade de conservação do Ibama – Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com área protegida de 10,1 mil hectares, de um total de 12,4 mil.
A área de pesquisa encontra terreno fértil, e os cientistas constataram a riqueza da fauna e da flora: há 240 espécies de samambaias e mais de 200 de orquídeas. E não é de hoje que o local desperta interesse. No século 19, viajantes europeus conheceram esse patrimônio, a exemplo do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) e das expedições dos alemães Carl von Martius (1794-1868) e Johann Baptiste von Spix (1781-1826).
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“PORTA DO CÉU” Fundado em 1774 pelo português Carlos Mendonça Távora, chamado de Irmão Lourenço de Nossa Senhora, o santuário reserva surpresas e mistérios. Não é à toa que seu apelido é Porta do Céu.
LOBO-GUARÁ Na área de transição entre a mata atlântica e o cerrado, vivem 79 espécies de mamíferos, entre eles o lobo-guará, as onças preta e parda e a anta. A história do lobo anda de boca em boca: sempre no início da noite, um deles chega perto da igreja para receber, em bandejas, pedaços de frango oferecidos pelos padres. Há quatro décadas o ritual se completa, mesmo em tempos de pandemia, para alegria dos turistas, especialmente crianças. Nos últimos anos, antas e cachorro-do-mato também se lambuzam com as comidas do Caraça.
Para fazer a última foto do santuário, o visitante certamente vai parar no mirante. Lá, muito apropriadamente, colocaram a placa: “Bela Vista – para quem chega. Curva da Saudade – para quem vai embora”.
Visitação
- Aberto todos os dias, das 8h às 16h30. O portão principal é fechado às 17h.
- Não é necessário agendamento, pois a entrada é por ordem de chegada. O limite é de 400 pessoas no fim de semana
- Valor do ingresso: R$ 20 por pessoa de segunda a sexta-feira; R$ 30 no fim de semana. Moradores da região pagam R$ 10 todos os dias
- A refeição aos visitantes é servida na lanchonete (cantina), perto da recepção, onde também há uma loja
Hospedagem
- Estão disponíveis apenas 30 apartamentos. Atualmente, hospedagem disponível de sexta-feira a domingo. Nos outros dias, há exceção para grupos. As refeições são servidas no restaurante interno
- As reservas, principalmente para grupos de visitantes, devem ser feitas no site www.santuariodocaraca.com.br ou enviando e-mail para centraldereservas@santuariodocaraca.com.br. O telefone é (31) 3942-1656 ou
- 98978-3180
Horário das missas
- As celebrações ocorrem de segunda-feira a sábado, às 18h, e aos domingos, às 11h
Passeios
- A visita ao museu, necessariamente guiada, deve ser agendada no mesmo telefone da reserva de hospedagem
- Os passeios por trilhas curtas e de fácil acesso podem ser autoguiados, com o mapa distribuído na portaria e seguindo as placas de sinalização. Para ir aos picos, é necessário guia, e a lista com os nomes dos profissionais credenciados se encontra no site do santuário
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