Conhecida pelos festivais de inverno e gastronomia, Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, se prepara para ganhar mais um atrativo turístico: o parque natural municipal de voo livre. Com a criação já aprovada pelos vereadores, o prefeito Wirley Reis (Podemos) - conhecido como Têko - disse nesta terça-feira (26/10) que aguarda a emissão de posse para a estruturação do espaço.
A criação do parque foi aprovada por unanimidade pelos vereadores da cidade, na noite de ontem, com a presença de praticantes do esporte. O local será batizado de “Pedra Lisa e Escorregadia”. A escolha, proposital, é uma homenagem ao significado que derivou o nome da cidade.
O parque será implantado em uma área total de 5.000 m² na região de Água Limpa, zona rural do município, a cerca de 185 km de Belo Horizonte.
O próximo passo é dotar o espaço de infraestrutura. “E abri-lo para a comunidade em uma parceria com os clubes de voo livre da região, inclusive o de Itapecerica”, afirma o prefeito.
O objetivo é preservar a mata ciliar e ao mesmo tempo promover o turismo, especialmente o incentivo à prática do voo livre como instrumento de progresso do potencial turístico da cidade.
“Além de ampliar as opções de lazer e entretenimento, o turismo produz forte impacto econômico, pois é uma grande fonte geradora de emprego e renda”, completa Têko.
Recentemente, o município de pouco mais de 20 mil habitantes também apostou no turismo religioso com a construção da capela de São Bom Jesus de Matozinhos.
Atrativo
O terreno onde fica a rampa de decolagem foi declarado como utilidade pública por meio de Decreto Municipal em 1º de setembro deste ano.
Embora o esporte seja praticado há pelo menos 15 anos na cidade, só agora o potencial turístico ecológico e de aventura foi reconhecido. “É uma luta de 10 anos de todos nós que praticamos o esporte”, declarou o piloto e professor de parapente, Fabiano Kuki.
O local onde o parque será implantado é conhecido por receber pilotos de todo o Brasil e até do exterior. Por mês, cerca de 60 sobrevoam a área.
São praticantes de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Brasília e até da Alemanha, Canadá e Estados Unidos atraídos pela referência geográfica e relevo que favorecem a prática do voo livre.
“Ela [a rampa] é frequentada por vários pilotos de parapente por ser uma área de alto potencial para o esporte, em que se destaca pelos voos de longa distância, chamados voos de cross”, explicou o piloto.
Festivais e competições
A criação do parque também abre espaço para competições. “Como a rampa era um espaço privado, nós não tínhamos autorização para realizar. Mas falando em condições meteorológicas e geográficas temos potencial para receber campeonatos a nível nacional”, explicou Kuki. A primeira deverá ser uma etapa municipal com data ainda a ser agendada.
Também está em discussão o encontro de voadores como evento fixo no calendário de festividades do município.
*Amanda Quintiliano especial para o EM