Com a explosão de casos do COVID-19 no Brasil e o intenso período chuvoso, que comprometeu várias estradas, as viagens de turismo voltaram a ficar restritas ou foram adiadas. Muita gente aproveita esta época do ano de sol e calor para viajar, principalmente para o litoral. Mas, com a pandemia, os planos precisaram ser refeitos. Mas é possível curtir os dias de descanso ou um fim de semana na própria cidade, desfrutando de atrações e programas que vão renovar as energias para o ano.
Contato com a natureza, gastronomia, museus, parques e praças são alguns exemplos do que é possível apreciar e se deliciar sem gastar muito na capital mineira. Fácil de ser explorada, com diversas atrações gratuitas e roteiros culturais e gastronômicos maravilhosos, Belo Horizonte tem programações que podem ser exploradas em férias, feriados prolongados ou nos fins de semana.
A Bora Experiências, startup lançada no fim de 2021, criou uma plataforma para facilitar o lazer e a qualidade de vida dentro e perto de Belo Horizonte. Pode ser uma meditação guiada no pôr do sol com uma vista linda da cidade ou degustação de vinhos naturais em um casarão histórico a poucos quilômetros da capital. A plataforma é fruto de uma curadoria que possibilita um turismo local e fora do lugar-comum.
“Queremos ressignificar o lazer e o bem-estar cotidianos para quem mora em grandes cidades” conta Bruno Barroso, CEO e fundador. Ao lado dele estão Massimo Battaglini (chef e empresário, fundador do Outland, Club do Chef, Osteria Matiazzi), curador gastronômico, e Patrícia Tavares (empresária e fundadora do DoBrasil Live e do festival Verbo Gentileza), curadora de artes. “A gente quer mostrar que não precisa viajar para longe para viver experiências incríveis. Temos um time de curadoria em constante busca por novas atrações, garantindo a qualidade das experiências oferecidas na plataforma (www.boraexperiencias.com.br)”, completa Bruno.
REGIÃO DA PAMPULHA
Um bom roteiro para quem deseja explorar a cidade pode começar pelo conjunto arquitetônico da Pampulha, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer: no entorno da lagoa estão atrações como a Igrejinha São Francisco de Assis, a Casa Kubitschek, a Casa do Baile, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) e o Parque Guanabara. Declarado patrimônio cultural da humanidade em 2016 pela Unesco, o conjunto arquitetônico da lagoa é algo que merece ser apreciado. Ali também estão o estádio Mineirão e o ginásio Mineirinho.
Vale percorrer o circuito ao redor da Pampulha, de 18 quilômetros, de bicicleta ou a pé, mas para quem quer economizar no tempo, é possível ir de carro. As principais atrações da região merecem visita fora e por dentro. Para conhecer todas com calma, é necessário ao menos meio dia. Uma ótima programação também é relaxar diante do lindo visual e aproveitar para fazer um piquenique.
No coração de BH, está a Praça da Liberdade, que abriga espaços como o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), o Memorial Minas Gerais, o Museus das Minas e do Metal, o Espaço do Conhecimento da UFMG e a Casa Fiat de Cultura. Bem pertinho, vale a pena conferir o Centro de Arte Popular, o Museu Mineiro e o Museu Histórico Abílio Barreto. É importante pesquisar nos sites o funcionamento e horário neste momento de pandemia.
SERRA DO CURRAL
É legal investir também em outras atrações próximas, como o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, a Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, o Museu de Artes e Ofícios e assistir à programação cultural no Palácio das Artes, todos no Centro de BH. Para quem busca a paz e tranquilidade que só a natureza é capaz de proporcionar, a Serra do Curral e o Parque das Mangabeiras, na região Centro-Sul, são ótimas opções.
Para começar bem a manhã, invista em uma das trilhas do Parque da Serra do Curral. O local conta com 400 mil metros quadrados de área verde e é repleto de trilhas e mirantes, de onde é possível apreciar Belo Horizonte por ângulos diferentes. À tarde, para relaxar, aproveite os espaços destinados ao lazer no Parque das Mangabeiras, que conta com 2,3 milhões de metros quadrados de área e é abraçado pela Serra do Curral.
Depois de descansar, ao entardecer, siga rumo ao Mirante das Mangabeiras (que não fica dentro do parque) e veja como BH é lindamente cercada por intenso verde. O pôr do sol e a noite no mirante são espetaculares, mas a visita é ótima durante todo o dia. Com uma tirolesa de 800 metros, que liga o Mirante ao parque, os mais corajosos poderão se aventurar em um trajeto que atinge até 100km/h.
Na mesma região, a Praça do Papa -– que recebeu esse nome após a visita de João Paulo II, em 1980 –, também é famosa pelo entardecer. Vale aproveitar o fim de tarde também por lá. Não se esqueça de ir preparado – a maioria das pessoas que frequentam a praça recomendam levar uma canga ou um pano para se acomodar na grama, comidas e petiscos e um bom vinho, claro, além de boas companhias para prosear à espera do pôr do sol.
Vale lembrar que a capital em si pode não ter cachoeiras, mas está bem próxima de outros locais que dispõem dessa beleza natural, como a Cachoeira Poço Encantado, em Nova Lima, e a Cachoeira dos Namorados, em Ouro Preto.
MERCADO CENTRAL
Agora, se a vontade for de degustar os mais belos pratos da gastronomia mineira, o Mercado Central, também na Região Central da capital, é a escolha ideal. Os restaurantes capricham no tempero, deixando o local com um delicioso e atrativo cheiro de comida. Por lá, experimente o mexidoido do Casa Cheia e o famoso fígado com jiló, especialidade da casa. Além disso, o que não falta na cidade são bares e botecos, que podem entrar todos os dias no roteiro. São mais de 14 mil opções por toda a cidade.
Um bairro tradicional entre os boêmios é o Santa Tereza, onde nasceu o Clube da Esquina nos anos 1960. Para acompanhar os tradicionais petiscos mineiros, aposte em algumas das cervejas artesanais ou nas cachaças locais – grandes sucessos na região. Bar do Orlando, Cervejaria Viela – Juramento 202 e o Birosca S2 Bistrô são ótimos locais para aproveitar uma tarde entre família ou amigos.
O Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Grande BH, é um passeio para os amantes da arte. A cerca de uma hora e meia de carro da capital, é o maior museu a céu aberto do mundo, dedicado à arte contemporânea. É um amplo jardim botânico com diversas galerias. Vale a pena investir dois dias para uma visita completa.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Paulo Nogueira