Inverno, frio e férias: a combinação ideal para quem curte baixas temperaturas e deseja visitar cidades históricas de Minas Gerais tem neste mês um atrativo a mais. Será o primeiro período de recesso escolar em julho sem restrições mais intensas desde o início da pandemia de COVID-19, o que desperta em prefeituras e comerciantes de locais turísticos a expectativa de casa cheia e aumento de receita.
Em três dos destinos mais procurados por turistas no estado, a ocupação em hotéis já está entre 60% a 90% no mês, chegando próximo ao máximo nos fins de semana. E além das atrações tradicionais de cada destino, há ainda programações planejadas especialmente para o período, o que ajuda a atrair inclusive quem vem de longe.
É o que conta o secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Tiradentes, Christian Silveira Bastos. “O próprio frio já atrai pessoas para a cidade de forma orgânica, mas a gente ainda tem outras ações. A expectativa para este ano é muito boa, principalmente nos fins de semana”, avalia.
Na cidade da Região Central de Minas, distante 225 quilômetros de Belo Horizonte, há eventos programados durante todo o mês de julho. Muitos deles, inclusive, gratuitos. “Preparamos atrações no Centro Cultural, apresentações de bandas na praça da cidade e shows”, explica o secretário. Integram o calendário cultural de inverno o 2º Festival Barroco, exposições de arte, espetáculos musicais e seresta tipicamente mineira.
Em outro município histórico, bem próximo a Belo Horizonte e muito escolhido por famílias e casais, o mês de julho é ainda mais especial. A 89 quilômetros da capital, Ouro Preto, aniversariante do início do mês (8/7), também preparou um calendário especial para receber os visitantes.
A cidade do ouro e da inconfidência tem de volta o Festival de Inverno de modo presencial, com programações marcadas até amanhã. A sequência de eventos, que incluem o Marte Festival nos últimos dias do mês, ajuda a colocar o município novamente no roteiro dos viajantes e traz esperança para quem depende do turismo.
“Julho se destaca pela continuidade das atrações em todos os dias da semana, atraindo não só turistas de locais mais distantes, mas também visitantes de cidades vizinhas, fomentando o comércio e não só recompensando a perda dos últimos dois anos, como também ofertando emprego, gerando renda e novos investimentos”, enumera o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ouro Preto (Aceop), Natalino Figueiredo.
DIAMANTINA
Cidade de Juscelino Kubitschek, conhecida pela riqueza histórica e belezas naturais, Diamantina também tem calendário farto para quem gosta de cultura e boa música. Além da famosa Vesperata, que em julho ocorrerá no próximo sábado (16) e no último do mês (30), o município oferta festivais e retoma projetos antigos que estavam parados devido à pandemia.
“Temos música na praça todo fim de semana, feiras, além de apresentações teatrais e a volta do Café no Beco, que é um projeto antigo e estava parado. Aliado a isso, entra a oferta musical dos bares e restaurantes, que também têm programação diferenciada”, afirma a secretária de Cultura, Turismo e Patrimônio, Márcia Betânia.
Ela destaca ainda a importância do período para a retomada da economia local. “Os dois últimos anos foram terríveis. O que a gente viveu não tem comparação. A cidade estava praticamente vazia, todos com muito receio. Agora, a gente já percebe o pessoal passeando, visitando monumentos, instituições já conhecidas, além das nossas igrejas”, conclui.
Com sabor de retomada
A movimentação na economia proporcionada pelos turistas esperados no período de férias de julho também é considerada essencial para dois dos setores mais afetados nos últimos dois anos: o hoteleiro e o de bares e restaurantes. A expectativa para o período, que este ano vai além dos lucros, é recuperar parte do tempo perdido.
“Sempre foi um mês atípico e acredito que possamos recuperar um pouco do que deixamos de ganhar nestes dois anos. Fomos um dos setores mais afetados e ainda estamos sendo, porque, de uma certa forma, a falta de produtos e insumos no mercado fez com que tudo aumentasse. Então, a viagem de julho para todos os destinos está mais cara”, considera o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Campo das Vertentes, Rummenigge Zanola, também proprietário do Baruk Choperia, em Tiradentes.
A opinião é compartilhada pela diretora da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (Abih-MG), Carolina Drumond. “As férias de julho, atreladas às programações que as cidades oferecem nesta época do ano, são fatores fundamentais para a retomada da hotelaria. E ver o turismo voltando e enxergar a vontade das pessoas de viajar e retomar suas vidas é um grande demonstrativo de que temos condições de, gradualmente, voltar aos patamares pré-pandêmicos”, avalia.
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