Jornal Estado de Minas
CULTURA, GASTRONOMIA, BELEZAS NATURAIS...

São Paulo: a metrópole além do turismo de negócios


São Paulo vive um novo momento no turismo. Muito parecido com o que acontece em Belo Horizonte. Assim como a capital mineira, a metrópole paulista quer se mostrar cada vez mais como um destino que não se resume a viagens de negócios. Então, já fica o recado: logo ali, tem muito a ser explorado de arte, gastronomia e entretenimento.

A pandemia acabou direcionando o olhar dos turistas brasileiros para o próprio país. Quando não era permitido (ou seguro) viajar de avião, os destinos mais próximos entraram no radar de quem buscava relaxamento e diversão. Somado a isso, os altos preços do dólar e do euro freiam aventuras internacionais.

Por que não aproveitar para conhecer ou revisitar São Paulo? De fato, a cidade tem muito a oferecer. E, considerando a distância de Belo Horizonte e a facilidade de acesso, seja de carro, ônibus ou avião, dá para curtir a cidade em poucos dias. Um fim de semana, inclusive.

A Avenida Paulista e o seu entorno podem ser um recorte interessante para um passeio urbano.
O Renaissance São Paulo Hotel, da rede norte-americana Marriott, no Bairro Jardins, está a um quarteirão da via que representa bem o agito e a diversidade de São Paulo. Projetado pelo renomado arquiteto Ruy Othake, o prédio de 25 andares tem uma vista estonteante para o skyline da cidade.

O endereço do hotel é um incentivo para passeios a pé. A poucos passos, você encontra lojas, restaurantes e atrativos culturais. “Pela localização, dá para ficar uma semana a três quarteirões daqui”, calcula Marcelo Carvalho, que se apresenta no lobby como especialista da cidade.

O que isso significa? Marcelo faz parte do Navigator Expert, que seria um serviço de concierge atualizado. Ele não despeja informações turísticas, simplesmente. Bate um papo com cada hóspede para entender suas demandas e indica lugares assertivos, que, muitas vezes, não estão nos guias de viagens.
 
O Parque Trianon é um oásis em São Paulo e reúne árvores centenárias da Mata Atlântica e obras de arte - Foto: Bruno Santos/Folhapress 

Roteiro de arte

Vamos, então, pensar em um roteiro de três dias, para um fim de semana prolongado. A cinco minutos de caminhada, está o Instituto Moreira Salles (IMS), que fica bem no início da Paulista. No seu acervo, com foco em fotografias, há cerca de duas milhões de imagens.


Em destaque, no momento, a recém-inaugurada exposição “Xingu: Contatos”, que propõe um diálogo entre imagens de não indígenas (as primeiras são dos anos 1880) e a produção audiovisual contemporânea dos povos de lá. É muito impactante a imagem aérea de uma plantação de soja dividindo fronteira com uma terra indígena. A aridez contrasta com o verde da floresta.

Depois de uma caminhada de cerca de 11 minutos, partindo do hotel, você chega ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). O imponente prédio da arquiteta Lina Bo Bardi, um dos mais famosos cartões-postais da cidade, abriga um acervo de mais de 11 mil obras, entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e roupas.Visite a exposição “Acervo em transformação”, que fica em cartaz até o fim do ano que vem.

Além da pluralidade de artistas e estilos, chama a atenção como os quadros, que são a imensa maioria, ficam expostos. Como estão apoiados em blocos de concreto, você consegue vê-los de perto e de todos os ângulos. A sugestão é andar livremente, sem roteiro, deixando-se ser direcionado pelo olhar.
 
Nos arredores da Paulista - Foto:  

Lojas e parques

Não deixe de fazer uma caminhada pela Alameda Santos, a rua do hotel, paralela à Avenida Paulista, no sentido da Vila Mariana. Lá existe um agitado comércio.
Aproveite para passar por dentro do Parque Tenente Siqueira Campos, mais conhecido como Trianon, que reúne árvores centenárias da Mata Atlântica e obras de arte. Um respiro em meio aos arranha-céus de São Paulo.

Se estiver animado (vai valer a pena), estenda o passeio até o restaurante Jiquitaia, do chef Marcelo Corrêa Bastos. Fica em uma casa bem charmosa no Bairro Paraíso. O menu dedicado à cozinha brasileira tem preciosidades como chips de jiló, quiabada (ensopado de quiabo) e torta de mandioca com calda de abacaxi e sorvete de leite. Enquanto espera a comida, tome o drinque de gim com coentro.

A icônica Rua Oscar Freire não está muito longe do hotel. Em linha reta, são seis quarteirões de caminhada. Mesmo que você não esteja a fim de fazer compras, é curioso dar uma olhada nas vitrines das mais badaladas grifes nacionais e internacionais. Ali a moda pulsa.

Só o Renaissance já tem vários atrativos. A gastronomia é um ponto alto. O restaurante Terraço Jardins é muito conhecido pelo brunch aos sábados e domingos.
No cardápio, além dos itens básicos do café da manhã, toda semana tem entradas, pratos e sobremesas diferentes. E você bebe espumante à vontade. As mesas são tão disputadas, inclusive pelos paulistanos, que é preciso fazer reserva.

Inaugurado em 1997, o restaurante foi reformado na pandemia e virou, de fato, um jardim, com plantas da Mata Atlântica por todos os lados. Como o teto é de vidro, beneficia-se da iluminação natural. O cardápio é assinado pelo chef Raul Vieira, que começou no hotel como estagiário e, depois de algumas experiências fora, retornou para assumir todo o setor de alimentos e bebidas.

O Terraço Jardins também é uma boa pedida para o jantar. O menu a la carte, que pode ser harmonizado com bons vinhos, explora sabores paulistas, privilegiando produtores locais. “Escolhi misturar a cozinha caipira com a caiçara (interior e litoral), absorvendo influências italianas, japonesas, nordestinas e outras que fazem parte da história da cidade”, explica o chef.

Água na boca

Aí vão as sugestões: comece pelo bolinho caipira (com massa de milho e recheio de carne moída).  Divirta-se com a porção de manjubinha e peixinho-da-horta fritos. Como o peixe e a folha têm formatos parecidos, você tem que adivinhar o que vai comer.

Siga com o nhoque de banana-da-terra com camarão, alho confitado e tomate-cereja e finalize com o “pingado” (cannoli com creme de café e ricota artesanal).

Outra opção gastronômica é o Living Lounge Bar & Sushi, comandado pelo chef Shoiti Eyama, que morou 18 anos no Japão. Da cozinha dele, só saem receitas tradicionais aprendidas com os japoneses.Aproveite um tempinho da viagem para curtir outros atrativos do hotel.

O Spa at Renaissance, que utiliza produtos naturais, veganos e cruelty-free, está entre os 10 melhores do mundo, de acordo com o ranking do Tripadvisor. Lá dentro também tem o Teatro Renaissance, com programação semanal.

* A repórter viajou a convite do Renaissance São Paulo Hotel
.