Jornal Estado de Minas

BELEZAS DA AMAZÔNIA

Bora lá: sete bons motivos para conhecer Belém do Pará e se apaixonar


Belém (PA) – Com o rosto colado na janela do avião, ouço a voz da passageira ao lado acrescentando uma experiência particular à minha contemplação da Baía do Guajará: “Belém é assim: parece uma grande bacia cheia de água com uma cuia de terra dentro. A cuia é a cidade, o resto é tudo rio”. Sem tirar os olhos da imensidão líquida, na qual se destaca o Rio Guamá, apenas sorrio para não perder um segundo do cenário. Minutos depois, já em solo firme “abençoado” pela umidade da região amazônica, é hora de começar a abrir os presentes oferecidos pela capital paraense: calor humano, culinária espetacular, cultura pulsante e muitos passeios turísticos. Isso só para início de conversa.




 
 
 
O que Belém tem de tão bom assim? Nesta matéria você vai ver que a capital do Pará tem:

  • Diversão
  • Cultura
  • Gastronomia
  • Patrimônio
  • Religiosidade
  • Passeios 
  • Artesanato 

Muitos brasileiros veem Belém apenas como a cidade do Círio de Nazaré, a grande celebração religiosa realizada em outubro e que atrai gente de todo o país: na última festa, por exemplo, estiveram presentes cerca de 2,5 milhões de peregrinos. Quem já esteve na procissão ou foi a alguma das cerimônias sabe que a emoção transborda. Só de presenciar a mão de uma romeira, com o terço entre os dedos, acenando para a imagem fica com a visão embaçada pela força do cenário e delicadeza do gesto.

Durante o Círio, a romaria fluvial acompanha a imagem de N. Senhora de Nazaré pelas águas da Amazônia (foto: Gustavo Werneck/EM)

Belém tem atrativos para o ano inteiro – e vale lembrar que a alta temporada ocorre em julho, mês que é o ápice do verão amazônico. “Bora lá!”, como diz o povo da terra, pois são várias praias de água doce em suas ilhas, um deleite com paisagens maravilhosas, sol, passeios fluviais, trilhas, diversão. Nomes sonoros vão deixar saudade, e água na boca, a exemplo Combu, que tem plantio de cacau e produção de chocolate artesanal, Ilha de Mosqueiro, Cotijuba e Outeiro.

Como é sempre bom estar de ouvidos atentos, ouvi este comentário de um legítimo filho da terra: “Visite Belém, quando não tiver ninguém por aqui. Melhor em julho, quando a cidade fica vazia, com pouco trânsito e movimento, pois as pessoas viajam nessa época, principalmente para o litoral e outros estados. Dá para observar melhor os prédios históricos, as praças com as famosas mangueiras e  fazer caminhadas em meio à vegetação exuberante”. 






ATRATIVOS

 

Em cada local, com o pé na água e a cabeça nas nuvens, vale conhecer a história “quatrocentona” de Belém, fundada em 12 de janeiro de 1616 como o povoado colonial português Feliz Lusitânia, por capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, às margens da Baía do Guajará e do Rio Guamá. 

O patrimônio do histórico e cultural é muito valioso: igreja de Santo Alexandre, com museu de arte sacra, Catedral Metropolitana de Belém ou Catedral da Sé, Casa das Onze Janelas, Basílica Nossa Senhora de Nazaré, Museu Paraense Emílio Goeldi, Espaço São José Liberto ou Polo Joalheiro (construído em 1749 e remodelado em 2002), Parque da Residência, que inclui teatro, e outros.

E não se esqueça de provar os sorvetes e picolés de açaí, castanha e bacuri, comer peixe assado, saborear os bombons de cupuaçu, tomar sucos e se aventurar em outros sabores.

Conforme a prefeitura local, a capital de 1,5 milhão de habitantes é formada por duas partes: as áreas Continental e Insular, essa composta por 39 ilhas (que são 65% de seu território). Elaboramos um roteiro para o viajante aproveitar e não perder nada da cidade do carimbó, das festas de aparelhagem, do tucupi e do tacacá.




 
Não deixe de provar os sabores irresistíveis da sorveteria Cairu (foto: Carlos Altman)
 
No vaivém, não se esqueça de provar os sorvetes e picolés de açaí, castanha e bacuri (os da Cairu são de “tirar o chapéu”), comer peixe assado, saborear os bombons de cupuaçu, tomar sucos e se aventurar em outros sabores.

Então, "Bora lá!”


Conheça alguns atrativos, sabores e manifestações culturais da capital paraense:




DIVERSÃO

Revitalizado, a Estação das Docas é point de moradores e turistas no centro turístico de lazer e gastronomia (foto: Carlos Altman/EM)

- Estação das Docas: Construído nos galpões de ferro restaurados do antigo porto da capital, o complexo turístico reúne cultura, moda, eventos e gastronomia. O local fervilha, é um point obrigatório para todas as gerações.

- Ilhas e praias: São várias praias de água doce nas 39 ilhas, passeios fluviais, trilhas e diversão. Entre as Ilhas mais conhecidas da capital paraense, estão: Combu, Mosqueiro, Cotijuba e Outeiro

Os chocolates orgânicos da Dona Nena são referência na Ilha do Combu (foto: Carlos Altman/EM)

CULTURA


- Theatro da Paz: Primeira casa de espetáculos da Amazônia, foi fundado em 1878, no período áureo da borracha. Trata-se de um dos teatros mais luxuosos do Brasil, arquitetura inspirada no Teatro Scalla de Milão (Itália).




 
Nos passeios de barco nos fins de tarde, o turista poderá apreciar a tradicional dança do carimbó (foto: Carlos Altman/EM)
 
- Carimbó: A expressão cultural típica do Pará tem origem nas danças e costumes indígenas, com influências africanas e europeias. O nome é uma homenagem ao instrumento curimbó, um tambor artesanal. Por meio de movimentos giratórios, casais devidamente paramentados bailam ao som de tambores, reco-recos, afoxés, flautas, banhos, pandeiros e ganzás.

 

PASSEIOS

No parque do Mangal das Garças, o visitante pode apreciar mais de 35 espécies de aves moradoras do local. Do trapiche, é possível apreciar o vaivém dos barcos no Rio Guajará (foto: Carlos Altman/EM)

- Mangal das Garças: Uma parte alagada da cidade se transformou em área revitalizada de 40 mil metros quadrados, com vegetação típica, lagos, aves, restaurante e vista deslumbrante da cidade e do Rio Guamá. No espaço, há borboletário, Mirante do Rio, Memorial da Navegação e Viveiro das Aningas.

- Complexo Turístico Ver-o-Peso: Conjunto arquitetônico e paisagístico iniciado em 1625 com a construção do posto de fiscal e comercial "Casa de Haver-o-Peso. Tombado, em 1977, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), compreende uma área de 35 mil metros quadrados, com uma série de construções históricas, seguindo a tendência francesa de “art nouveau” da “belle époque”.





 
PATRIMÔNIO

 
Basílica de Nazaré, templo de paz, fé e crença. Cerca de 2 milhões de fiéis visitaram a cidade no Círio do ano passado (foto: Janaína Arielo/Prefeitura de Belém/Divulgação)
- Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré: Edificado em 1909 no local onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora, o Santuário da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré é, hoje, um dos locais mais importantes e sagrados para os paraenses. O templo inaugurado em 1923, e único santuário da Amazônia, guarda a imagem original encontrada no início do século 18. Durante os festejos do Círio, a imagem recebe um novo manto e desce do altar-mor (chamado de Glória) da catedral. A descida é um dos momentos mais esperados pelos milhares de fiéis.

- E mais: Igreja de Santo Alexandre, com museu de arte sacra, Catedral Metropolitana de Belém ou Catedral da Sé, Casa das Onze Janelas, Museu Paraense Emílio Goeldi, Espaço São José Liberto ou Polo Joalheiro (construído em 1749 e remodelado em 2002), Parque da Residência, que inclui teatro, e outros.

 

GASTRONOMIA


- Sabores: Chefs consagrados, turistas e simples mortais admiradores da boa mesa se surpreendem – e se apaixonam – pela riqueza da culinária regional, que tem raízes na cultura indígena. Belém ostenta o título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).





 


ARTESANATO


- Cerâmica:  No distrito de Icoaraci, a cerca de 20 quilômetros (de carro) do Centro de Belém, artesãos produzem cuias, vasos e jarros no barro moldado que retratam a arte marajoara e tapajônica, As peças são vendidas na orla do distrito, na Feira de Artesanato do Paracuri ou diretamente nas Olarias.

 

RELIGIOSIDADE


- Círio de Nazaré: Em outubro, ocorre uma das maiores festas religiosas do mundo, com múltiplos eventos em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré (transladação, Romaria Fluvial, Auto do Círio, e etc.), culminando com o Círio, do qual participam mais de 2 milhões de fiéis.