Jornal Estado de Minas

JOIAS DE MINAS

Com mais de 310 anos de história, Diamantina se renova


 
Situada no extremo Norte da região Central do estado, na porta de entrada para o Vale do Jequitinhonha e distante 298 quilômetros de Belo Horizonte, Diamantina, com mais de 310 anos de história, impressiona pelo encanto do seu casario colonial, museus e igrejas, emoldurada pela Serra dos Cristais. Usando uma “palavra da moda”, o turismo no antigo Tejuco foi ressignificado. Além da imersão na cultura e na história, a cidade passou a oferecer aos visitantes uma série de outras opções, com o destaque para o ecoturismo, turismo de aventura e eventos. Um motivo a mais para visitar e se emocionar com o Centro Histórico bem preservado, tombado pelo Iphan em 1938 e que teve o merecido reconhecimento como Patrimônio Mundial, pela Unesco, em 1999. 




 
Tradição em Diamantina, Vesperata, concerto de bandas locais, se apresenta nas sacadas dos casarões históricos da Rua da Quitanda (foto: Leandro Couri/EM)
 
Um dos acontecimentos que atraem centenas de visitantes em  Diamantina é a Vesperata, que movimentará a cidade no próximo sábado (26/08). O espetáculo cultural terá programação em outras duas datas em setembro (16 e 30). “A Vesperata é um concerto que bem representa um dos traços marcantes de nossa identidade cultural que é a nossa musicalidade! É um concerto com duas bandas de música tradicionais que executam um roteiro eclético de músicas conhecidas do grande público, na charmosa Rua da Quitanda. Neste concerto os maestros fazem a regência do meio da rua, enquanto os músicos tocam nas sacadas dos casarões”, explica a secretária municipal de Cultura e Patrimônio de Diamantina, Márcia Betânia Oliveira Horta.

“O turista pode esperar uma vivência envolvente e diferenciada. Irá perceber a expertise técnica musical no conjunto das bandas, mas também no desempenho individual. Além  do concerto musical, o visitante terá acesso também a performances de personagens que fazem alusão à história local”, completa Márcia Betânia. 
 
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Orquestra e aventura

Se for até a Vila de Biribiri, não deixe de mergulhar nas águas da Cachoeira do Cristais - paraíso natural na Cordilheira do Espinhaço (foto: Beto Novaes/EM)

Outra atração que a cidade histórica oferece é a apresentação de concertos temáticos da “Orquestra Jovem Diamantina”, que, quinzenalmente, na Casa Acústica da Casa/Museu Maestro Francisco Nunes. Em setembro, no  período de 7 a 10,  a terra de JK vai receber outro grande evento: o Moto Fest – Encontro Nacional de Motociclistas. 





O turismo de aventura em Diamantina é incrementado com a prática do mountain bike. Nos fins de semana, são organizados passeios ciclísticos, que saem do Largo Dom João, no Centro Histórico, e seguem até o distrito de Conselheiro Mata, distante 49 quilômetros da área urbana. Nas trilhas, além da beleza das paisagens da Cordilheira do Espinhaço, se destacam diversas cachoeiras. Uma delas é a majestosa Cachoeira do Telésforo. Vale a pena uma paradinha em outras quedas d'água como a Cachoeira das Fadas e do Tombadouro. 
 
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O que visitar por lá?


O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Diamantina, Alexandre Magno Leite Dias, que também é vice-prefeito do município, lembra que a cidade oferece uma série de outros atrativos, destacando as suas igrejas. Entre os templos mais conhecidos e visitados da cidade estão a Catedral de Santo Antônio e as igrejas de Nossa Senhora do Carmo, de Nossa  Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Mercês  e São Francisco de Assis, todas no Centro Histórico.  “Hoje, Diamantina recebe visitantes de todo Brasil e também do exterior”, assegura Alexandre Magno, lembrando que o município conta com uma boa estrutura de hotéis e pousadas para atender os turistas. Ele chama atenção ainda para a  qualidade dos pratos típicos da culinária, especialmente dos aconchegantes barzinhos e restaurantes da Rua da Quitanda e arredores, no Centro Histórico.


Memorial do Tropeiro 

Centro Cultural David Ribeiro guarda mais de 500 peças que eram usadas pelos tropeiros (foto: Juarez Rodrigues/EM)



O visitante de Diamantina pode saber como era a vida dos antigos  tropeiros e dos ferreiros da região. Essa “viagem de volta ao tempo” é oferecida pelo Memorial do Tropeiro e do Ferreiro, instalado no antigo Mercado da cidade histórica, onde também funciona o Centro Cultural David Ribeiro. Inaugurado em março de 2022, o espaço guarda mais de 500 peças que eram usadas pelos tropeiros, desde um simples coador de café até cangalhas e objetos maiores. O acervo reúne também ferramentas que eram usadas  na extração de diamantes na região no período colonial. Grande parte das peças foi doada pelo médico neurocirurgião Sebastião Gusmão, que nasceu em Diamantina e é filho de tropeiro.





Casa da Chica da Silva

Casarão onde viveu Chica da Silva entre 1755 e 1770 (foto: Juarez Rodrigues/EM)




No circuito histórico de Diamantina, é imperdível uma visita ao museu da Casa Chica da Silva. Ali, com o auxílio de guias, é possível conhecer todos os detalhes da vida da negra escravizada Francisca da Silva, que foi comprada e alforriada pelo contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, um dos homens mais ricos do Brasil no período colonial. Chica da Silva se casou com João Fernandes e morou com ele na grandiosa moradia entre 1755 e 1770. Atualmente, o local abriga, temporariamente, o acervo do Museu do Diamante – enquanto a sede da entidade passa por reforma. Ali também funciona a sede regional do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Diamantina. 

Casa de JK

Casa onde morou Juscelino Kubitscheck abriga um rico acervo do ex-presidente da República (foto: Juarez Rodrigues)




Existem diversos outros pontos de visitação no antigo Tejuco. Um deles é a Casa de Juscelino Kubitscheck, onde morou o ex-presidente da República. O espaço guarda os móveis e objetos pessoais do famoso político mineiro. 


Passadiço da Glória 

Passadiço da Glória, um dos ícones da arquitetura local de Diamantina (foto: Juarez Rodrigues/EM)




 Outro cartão postal de  em Diamantina é o  passadiço e o Instituto da Glória, um dos ícones da arquitetura local. O prédio que antes era residência de bispos, em 1867, foi transformado em orfanato e em Educandário Feminino. Com a compra da casa que ficava do outro lado da rua, foi construído o Passadiço – a fim de que as freiras fossem “expostas” ao atravessar a rua. Hoje, aberto à visitação pública, o edifício histórico pertence à Universidade Federal de Minas Gerais e sedia o Instituto de Geologia Eschwege, reunindo elementos da história da mineração em Minas Gerais. 





Biribiri

A bucólica Vila do Biribiri fica distante apenas 15 quilômetros de Diamantina (foto: Gladyston Rodrigues/EM)




Uma boa pedida fora do circuito histórico de Diamantina é um passeio até a bucólica Vila do Biribiri, dentro do Parque Estadual do Biribiri, distante apenas 15 quilômetros da área urbana. A tranquilidade, a gastronomia diferenciada e charmosas construções antigas junto a uma antiga fábrica de tecidos do lugarejo tornaram Biribiri a vila mais visitada de Minas Gerais, atualmente, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Diamantina. No trajeto até a vila, os visitantes podem curtir as cachoeiras da Sentinela e dos Cristais, além de apreciar as paisagens deslumbrantes da Serra do Espinhaço, dentro da área do Parque Estadual do Biribiri.  

Estrada Real

Trilha Verde da Maria Fumaça, uma das opções do ecoturismo em Diamantina. (foto: Felipe Ribeiro/Divulgação)




Na cidade histórica, é oferecido o passeio nos arredores, feito com vans. Mais do que uma aventura ou caminhada, é uma oportunidade para conhecer a história da região. É o que proporciona o “ Caminho dos Escravos”, que parte de Diamantina em direção ao distrito de Mendanha. São 22 quilômetros de caminhada. Mas, o esforço vale a pena. Na trilha, o turista/pedestre pode observar os detalhes do calçamento feito pelos escravos há séculos e que continua preservado, dando uma noção de como era a Estrada Real, que, aliás, começa em Diamantina, com trecho original totalizando 1.600 quilômetros, até Paraty (RJ). 
Para percorrer o Caminho dos Escravo é só levar água e dar sempre uma paradinha para descansar, respirar fundo o ar de montanha e registar fotos do cenário deslumbrante das paisagens das  formações rochosas da região, podendo observar do alto a imponência do casario colonial de Diamantina. 




Serviço

Diamantina – onde fica – na região Central do estado, a 298 quilômetros de Belo Horizonte.
Como chegar:  partindo de Belo Horizonte: segue pela BR 040 (sentido Brasília). Em  seguida, pega a MCG 135, em direção a Curvelo. Nesta última cidade, entra na BR 367, sentido Gouveia/Diamantina. 
Informações turísticas: Prefeitura de Diamantina - https://diamantina.mg.gov.br/turismo/